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A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (Netflix) – Crítica

tecmundo.com.br

Todo mundo já reconhece que a Pixar é o estúdio, de longa-metragem animado, líder do mercado. Porém, há algum tempo, a Sony Pictures Animation tenta fazer frente, trazendo algo novo para a balança, se arriscando e contando suas histórias, de uma maneira diferente do habitual. Prova de que isso também pode agradar, está em “Homem-Aranha no Aranhaverso” (2018), onde a empresa conseguiu, com bastante êxito, aliar a linguagem dos quadrinhos a animação 2D.


O projeto da vez é “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas”, animação produzida pela dupla Phil Lord e Christopher Miller, que ganhou selo Netflix.


A trama, dirigida e roteirizada pela dupla Mike Randa e Jeff Rowe, foca na família Mitchell, que dá o nome ao longa. A partir do ponto de vista de Katie, uma jovem nerd aspirante a cineasta, conhecemos seu pai Rick, o irmão Aaron, a mãe Linda e o cachorro Monchi.


Katie vive o dilema clássico da adolescente, que ainda não se reconhece e que acredita que quando, finalmente, for para faculdade, encontrará as respostas que precisa. Já seu pai, apresenta-se como um homem que sabe tudo sobre natureza, porém não consegue criar uma relação feliz com a filha. Para resolver isso, Rick decide levar a garota, junto da família, para a faculdade, iniciando-se assim uma história de road movie.


Paralelo a isso, um CEO de uma grande empresa de tecnologia está lançando um projeto inovador: um corpo robótico para a inteligência artificial de todos os smartphones do planeta. Porém, no dia da apresentação, as máquinas, lideradas pela vilã PAL (uma paródia da Siri), decidem se rebelar contra os humanos. Ao controlar o acesso de todos, via wi-fi, eles acabam capturando-os, exceto, é claro, a família Mitchell. Estes agora, precisam salvar o mundo dessa grande ameaça.


Indo para a técnica, a direção de arte é perfeita. Os personagens são bem desenhados, e bastante fiéis aos humanos, lembrando até o recente sucesso da Pixar, “Soul” (2020), que também foi elogiado, nesse aspecto.


Voltando ao roteiro, ele não esquece nenhum personagem, aprofundando a jornada particular, de cada um deles. Até mesmo, as piadas, que poderiam cansar a narrativa, aqui ganham um ritmo rápido. Talvez, o único porém fica para o terceiro ato, que extrapola, deixando a trama pé no chão, contada até ali, um pouco de lado.


Entretanto, mesmo com esses pormenores, “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas” cumpre bem sua proposta: discutir o conflito de gerações, e mostrar que a tecnologia pode ser utilizada, não só para o mal (o que seria clichê), mas também para o bem, pois suas vantagens podem ser usufruídas, por diversas gerações.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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