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Depois a Louca Sou Eu (Prime Video) – Crítica

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O que classifica um ser humano como “normal”? É possível responder essa questão, com absoluta certeza?


Tentando provar que isso não concebível de se pensar, temos o filme “Depois a Louca Sou Eu”, dirigido por Júlia Rezende, baseado no livro homônimo de Tati Bernardi, e estrelado por Débora Falabella. A protagonista, Dani, é uma escritora, que possui um distúrbio de ansiedade, que provoca também crises de pânico e depressão.


A jornada é mostrada desde a infância, até a vida profissional da personagem, sendo exemplificados vários momentos, em que Dani sofreu pânico. Tudo girando na questão principal do problema: quem passa por isso, nunca consegue viver o hoje, mas sim o amanhã, mais especificamente, o “péssimo” futuro, que virá.


Se revelando como uma Comédia Dramática, “Depois a Louca Sou Eu” foge do discurso moralista, mas que também não reduz a complexidade do assunto, como algo somente cômico. Trata-se de uma maneira de mostrar como as dificuldades do dia a dia são relativas, na cabeça de cada indivíduo. Muito disso, inclusive, é elevado pela belíssima interpretação de Débora Falabella, encarnando a protagonista.


Outro acerto, a se mencionar, está na reação de quem vem de fora. Familiares, amigos, até mesmo, médicos e psicólogos não se aprofundam, muito menos escutam, de fato, o problema da personagem central, dando-a apenas soluções, que não surtem efeito.


Apesar de no primeiro momento, se mostrar como apenas uma “comédia boba”, “Depois a Louca Sou Eu” se transforma num filme atemporal, que nos permite discutir, com mais profundidade, mesmo que num tom mais cômico, a importância que deve ser dada a saúde mental e qual a maneira que deve ser tratada tal questão.



Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐ (Excelente)

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