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Oxigênio (Netflix) – Crítica

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Geralmente, quando temos alguma ideia bastante original, no mundo cinematográfico, certamente, logo em seguida, ela será recolocada inúmeras vezes. Puxando para esse lado, a Netflix lança sua nova ficção científica, “Oxigênio”, que planeja transmitir uma sensação de claustrofobia, ao espectador, em meio ao desconhecimento da protagonista, sobre si mesma.


O que traz de diferente do habitual, é que aqui, temos um texto criativo e uma bela atuação de Mélanie Laurent.


A história, dirigida por Alexandre Aja (“Viagem Maldita”), foca na história de Elisabeth Hansen (Laurent), uma mulher que acorda dentro de uma câmara criogênica, e não se lembra como foi parar ali. Aos poucos, sua consciência vai voltando, mas sem a imediata lembrança do seu passado, muito menos como funciona a cápsula, que está trancada. Para piorar a situação, o oxigênio disponível, no local, está na taxa de 35%, podendo se acabar, a qualquer instante.


A fim de escapar, a protagonista contará com a ajuda de MILO (Mathieu Amalric), uma inteligência artificial, que irá cumprir a função de relembrar a vida da cientista. O roteiro, assinado por Christine LeBlanc, puxa mais para o suspense, caminhando junto com as descobertas das pistas, que a protagonista encontra, sobre o que, realmente, aconteceu.


Esse plot lembra muito a “Enterrado Vivo”, longa de 2010, protagonizado por Ryan Reynolds. Ambos os personagens, apesar de situações diferentes, corriam contra o tempo, em busca de ajuda. A diferença está na iluminação, pois enquanto o caixão do filme anterior era completamente escuro, aqui temos luz de sobra.


E preso num cenário tão limitado, o diretor até que consegue, surpreendentemente, movimentar sua câmera, controlando sua velocidade, proporcionalmente ao nível de tensão da protagonista.


Porém, é de se ressaltar que nada disso seria possível, sem Laurent. A atriz puxa o filme para si, e por meio de sua atuação, somado ao clima, transmite a imersão/tensão proposta. Cada respiro ofegante seu, aliado ao nível de oxigênio diminuindo, aumenta nossa tensão, como espectador.


E mesmo tendo uma resolução batida/piegas, quanto o resto da trama, “Oxigênio” carrega um bom ritmo e valoriza sua maior força: sua protagonista.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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