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Sem Remorso (Prime Video) – Crítica

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Desde “Creed – Nascido para Lutar” (2016), o ator Michael B. Jordan vem tentando construir uma franquia, para chamar de sua. A aposta da vez está em “Sem Remorso”, novo lançamento original Prime Video.


Aqui, B. Jordan protagoniza um filme, que se assemelha mais a situação vista no James Bond, interpretado por Daniel Craig, onde o mais importante está na jornada do protagonista, e pouco importa a aventura mundial, que se coloca como plano de fundo.


Apesar de “Sem Remorso” adaptar um romance homônimo, de Tom Clancy, a proposta do filme é diferente. O livro, publicado em 1993, era ambientado após o fim da Guerra Fria. Já o filme, atualiza para o cenário pós-Guerra da Síria, sendo focado na vida de um homem negro, chamado John Kelly, ex-fuzileiro naval, que trabalha para CIA.


Logo depois do espectador aceitar essa condição, fica mais fácil engolir o entorno vazio, que só é composto por pequenos obstáculos na vida de John Kelly, interpretado por Jordan. Prova disso está nos coadjuvantes, que só se encontram ali para girar a trama do protagonista, e deixá-lo no centro da narrativa.


Soma-se a isso a experiência do diretor italiano Stefano Solima, que traz muito do seu trabalho em “Sicario: Dia de Soldado” (2018), onde o foco está todo no personagem principal. Lá na figura de Benício del Toro, aqui na de B. Jordan.


O ator, inclusive, responde à altura, no que é pedido. A iluminação também ajuda na versatilidade de atuação de Jordan, transformando-o seu personagem num mito, o que gera catarse. Sobre esse aspecto, destaca-se a sequência de fuga, em que Jordan se prepara, ainda dentro da cela, até o grande ato, que ainda está por vir.


E apesar de contarmos com uma trama para lá de clichê, em que todos os passos podem ser antevistos pelo público, “Sem Remorso” consegue acertar no “feijão com arroz”. Que ainda conta com um tempero especial, promovido por Michael B. Jordan, que, em sua atuação, eleva a trama tão simplória.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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