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De
forma, até mesmo, surpreendente, “Cruella” se mostra uma das melhores
produções, dos recentes live-action dos clássicos animados da Disney. O espanto
fica para a falta de alarde, que a produção tinha, mas que obteve êxito, na reinvenção
da vilã, montada pelo diretor Craig Gillespie, que deu toques de Rock e de
Gótico, a já conhecida personagem.
O
diferencial é muito provocado pela sua maior estrela: Emma Stone. A atriz, vencedora
do Oscar por “La Land: Cantando Estações” (2016), entrega uma performance
heterogênea e carismática, algo difícil, para alguém que herda essa personagem,
que já foi da primorosa Glenn Close. Emma acerta muito ao não espelhar Close,
mas sim em se aproveitar de um roteiro novo, com um toque mais trágico (no
sentido grego da palavra).
Porém,
para alegria dos fãs, apesar da mudança, a maioria dos elementos clássicos da
personagem estão lá. Temos os seus ajudantes atrapalhados, seu casaco de pele e
sua obsessão por cachorros. Ainda que, para nossa alegria, os roteiristas, ao
invés de ir ao óbvio, prefeririam partir para uma história de vingança familiar
e egocentrismo, com pitadas de reviravoltas e reinvenções. Tudo maquiado na atmosfera
“Rock Gótico”, dos anos 70.
A
premissa de “Cruella” é bem clichê, e nesse caso, não tem problema. Somos
convidados a entrar no mundo de Estela, que está viajando com sua mãe, para Londres.
Porém, uma tragédia a deixa órfã. Tendo que lidar com uma nova vida, ela
encontra uma família, na figura de dois bandidos atrapalhados, Horace (Paul
Walter Hauser) e Jasper (Joel Fry).
O
maior sonho da protagonista é se tornar uma estilista de sucesso, o que acaba
levando-a a ocupar-se numa loja de departamentos, que, consequentemente, a
encaminha para trabalhar para uma Baronesa (Emma Thompson). Surge-se uma
parceria, que logo torna-se uma rivalidade, com Estella se transformando em
Cruella, tentando deixar sue nome gravado no mundo.
A
direção de Gillespie comanda tudo isso, com um ritmo acelerado e algumas
viradas exageradas. Porém, quando parece que o longa vai se perder
completamente, o diretor apela para Stone e Thompson, as duas craques da
atuação, que se sobressaem ao roteiro, muitas vezes, simplório.
Além
de um elenco muito competente, “Cruella” também é realçado no seu
visual. O figurino aposta no mix clássico/ousado, brincando com a moda retrô,
pontuado por uma trilha sonora, apesar de óbvia, empolgante.
“Cruella”, desse modo, acerta na principal função de um “remake”:
Dar ao clássico um toque mais atual, porém permanecendo/respeitando o original.
E apesar de algumas falhas, todas elas são minimizadas por uma boa dose de Rock
N’ Roll.
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