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Um Lugar Silencioso - Parte II (Crítica)

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O que torna um filme de terror imersivo? A resposta não é simples, pois muitos dirão “jumps scares”, outros preferem tensão constante. Lançado em 2018, “Um Lugar Silencioso” foi sucesso de público e crítica, muito pela minúcia criação de atmosfera, tornando-se um dos exemplos de como se produzir um terror psicológico.

 

Assim, era inevitável uma continuação. Pois então, “Um Lugar Silencioso – Parte II” vem com a responsabilidade de manter o nível do primeiro, e ainda expandir o Universo. Será que conseguiu?

 

A história parte logo após os acontecimentos do filme anterior, onde a família Abbott luta pela sobrevivência. Obrigados a partir rumo ao desconhecido, eles descobrem que não só o som será obstáculo.

 

O universo pós-apocalíptico, mostrado no primeiro filme, sugeriu um potencial interessante de se explorar seus monstros. Assim, o diretor/roteirista John Krasinski, nessa continuação, retrocede no tempo, começando a nova aventura mostrando o dia em que houve a primeira invasão alienígena.

 

Após expor uma sequência inicial eletrizante, o enredo volta para a família tentando sobreviver. Evelyn (Emily Blunt) e seus filhos, Regan (Millicent Simmonds) e Marcus (Noah Jupe), tentam lidar com as tribulações, ainda mais após a perda de Lee (John Krasinski) e Beau (Dean Woodward), mortos no primeiro longa.

 

Assim, o novo filme tenta continuar, naturalmente, a história. Temos a adição de um novo personagem misterioso, Emmett (Cillian Murphy). Com isso, divide-se em dois núcleos, onde Emmett e Regan buscam a salvação, enquanto Evelyn e Marcus tentam controlar o bebê, dentro do confinamento.

 

Krasinski, apesar de atuar no início da trama, foca seu trabalho na direção da sequência. E nesse ponto, é notável sua evolução, ao se permitir brincar mais com os monstros alienígenas, que remetem uma tensão semelhante à vista em “Alien, o 8º Passageiro” (1979).

 

Grande força do filme anterior, a edição de som se mantém impecável, ao voltar a utilizar o silêncio como criação de suspense. Principalmente, ao colocar o espectador na visão da adolescente Regan, interpretada por Millicent Simmonds, que, na vida real, é portadora de deficiência auditiva.

 

A energia dos atores, inclusive, é o grande destaque. Emily Blunt traz mais nuances para sua Evelyn, uma mãe desesperada em proteger seus filhos. Cillian Murphy foi uma boa aquisição ao elenco, ao interpretar um homem misterioso, que acaba recuperando a empatia ao próximo, ao se aproximar de Regan.

 

Apesar de “Um Lugar Silencioso – Parte II” não se mostrar tão original, pelo menos em história, se compararmos ao primeiro filme, ele, no mínimo, traz uma execução eficaz, que consegue prender o espectador.

 

 

Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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