Pular para o conteúdo principal

Justiça em Família (Netflix) – Crítica


canaltech.com.br

“Justiça em Família” é um filme que começa muito bem. O protagonista Ray Cooper, interpretado por Jason Momoa, perde sua esposa e tem uma sequência forte, emocionalmente.


Vemos Momoa andando pelos corredores do hospital, tentando disfarçar o choro. Porém, o desenrolar da história cai vertiginosamente.


A direção de Brian Andrew Mendoza sustenta a boa premissa, e tem uma ótima intenção, porém o roteiro é péssimo e a direção é pobre. O filme perde muito a chance de explorar o carisma de Momoa, e Isabela Merced, que o acompanha, não ajuda.


A produção da Netflix, da vez, parte de um “off” de Ray, contando sobre sua vida, depois da perda da esposa e sua tentativa de educar a filha sozinho. Logo após esse background da família, descobrimos que uma companhia farmacêutica tinha retirado, do mercado, um remédio que salvaria a vida da matriarca.


Assim, Ray promete se vingar contra os representantes da indústria, transformando o filme numa aventura, em busca de justiça social.


Nesse embate entre os protagonistas contra as grandes corporações, Merced se sobressai, surpreendentemente, mais que Momoa, nas cenas de ação. Apesar das construções de lutas serem péssimas, o esforço da jovem atriz compensa, em certos momentos.


Na parte das atuações em si, o único que se salva é o vilão, interpretado por Manuel Garcia-Rulfo, que resgata vários diálogos com Momoa, já que este último não conta com a mesma habilidade dramática.


E num marasmo, que toma todo o segundo ato e o início do terceiro, “Justiça em Família” tenta jogar todas suas fichas numa reviravolta final. Pena, que nada é surpreendente para o espectador atento, e ganha uma reação inversa, tornando-se anticlimático.


“Justiça em Família” se resume a uma boa premissa e atores esforçados, porém o drama mal executado e sua ação pobre o definem como um projeto terrível.



Nota: ⭐⭐ (Ruim)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Artemis Fowl: O Mundo Secreto (Crítica)

canaltech.com.br A Disney quer, por que quer, trazer uma franquia nova, focada no misticismo. Depois de “Uma Dobra no Tempo” (2018), a aposta está em  “Artemis Fowl: O Mundo Secreto” . Mas o problema persiste. Com a assinatura de Kenneth Branagh, a obra tenta adaptar os dois primeiros volumes da famosa série literária, escrita por Eoin Colfer. O filme parte da história de Artemis Fowl (Ferdia Shaw), um garoto de 12 anos, muito inteligente (pelo menos, é o que filme tenta nos contar), que acaba descobrindo um segredo da sua família, e precisa embarcar numa jornada mágica. A maior falha, sem dúvida, está na premissa. O garoto, protagonista, não demonstra, em momento algum, sua habilidade na arte criminal. Ao invés disso, o longa prefere apostar na imagem, deixando o texto de lado. E antes, que alguém venha defender esse tipo de proposta, temos que lembrar que o cinema é formado pelo estabelecimento de uma linguagem orgânica, entre imagem e qualquer outra coisa, for...

Freaks: Um de Nós (Netflix) - Crítica

deveserisso.com.br A Netflix parece querer mesmo construir sua própria franquia de super heróis. E a aposta do momento está em “Freaks: Um de Nós” . A “bola da vez” começa sua história de um close, onde é mostrado um olhar amedrontado, que provoca curiosidade ao espectador. A partir daí, somos convidados a seguir a caminhada de Wendy (Cornelia Gröschel), que possui uma vida simples, ao lado de sua família, e com seu trabalho estressante em um restaurante, onde sonha ganhar uma promoção. Porém, tudo muda quando um morador de rua a aborda, dizendo que sua vida pode ser mais do que aquilo. Independente da boa premissa, o filme muda de pauta, rapidamente. Resolvendo apostar numa metáfora, de que o uso de remédios impede o verdadeiro potencial de todos nós. Para piorar a situação, joga-se, sem muita explicação, várias referências aos quadrinhos e a mitologia grega, que não acrescenta em nada a trama, já confusa. Acentuando, ainda mais, seus erros, o longa alemão busca misturar u...

A Caminho da Lua (Netflix) - Crítica

liberal.com.br Após o grande sucesso de “Klaus” (2019), a Netflix resolveu, de vez, apostar em animações. O projeto do momento trata-se de “A Caminho da Lua” , que foca na perda e na própria aceitação, como os seus temas principais. Uma questão, que se deve ressaltar, é que essa animação é focada, prioritariamente, nas crianças. Portanto, não vá assistir “como um adulto”, pois a decepção pode ser grande. Outra característica é a utilização excessiva de canções, em formatos de esquete, que para quem não curta tanto o gênero Musical, pode incomodar. A premissa parte da história de Fei Fei, uma garota que, desde pequena, acredita no mito, contado pelo seus pais, sobre a Deusa da Lua. No meio disso, a menina perde sua mãe, e tenta, ao máximo, conservar sua crença como um símbolo, desse laço maternal. No meio disso, com o passar dos anos, seu pai pretende se casar novamente, assim, Fei Fei acaba ganhando um “irmão mais novo”, que se torna o responsável pelo lado cômico do filme. Nesse come...