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James Gunn sempre enfatizou
que “O Esquadrão Suicida” seria um “soft-reboot” do filme “quase” homônimo
de 2016. O longa anterior decepcionou e só contribuiu para o Universo Estendido
da DC, nos cinemas, ao revelar Margot Robbie, como a Arlequina perfeita.
Assim, o diretor de “Guardiões
da Galáxia” (2014) vem para este projeto, assumindo todo o controle
criativo, palpitando até sobre qual seria a escalação de vilões a ser
utilizada.
Os primeiros 15 minutos de
filme já se define como uma continuação da aventura de 2016, comandada por
David Ayer. De volta, temos uma reintrodução rápida de Amanda Waller (Viola
Davis), Rick Flag (Joel Kinnaman), Capitão Bumerangue (Jai Courtney), e a já
citada, Arlequina, mencionando os acontecimentos anteriores.
Ainda assim, o roteiro
acerta dando um contexto de tudo para aqueles que não viram o filme anterior.
Bem como fez na Marvel, Gunn
pega o “subterfúgio” de personagens da DC, optando pelo que a editora tinha de
pior (no bom sentido). Dessa maneira, Blackguard (Pete Davidson), Doninha (Sean
Gunn), Bolinha (David Dastmalchian), Sanguinário (Idris Elba), O.C.D (Nathan
Fillion), entre outros, são apresentados de forma descartável, num estilo bem de
“ação brucutu”, dos anos 80.
Utilizando um enredo para lá
de batido, com a trama de “redenção de vilões inimagináveis derrubando vilões
piores que si”, Gunn compensa com uma história de muito coração. Nisso, o
diretor ainda aproveita o elenco estelar, principalmente nas atuações de Elba e
Robbie, para soltar as interpretações.
Do elenco, a surpresa positiva
fica para Daniela Melchior. A atriz portuguesa rouba a cena, como a Caça-Ratos
2, servindo como a bússola, que irá guiar/unir o grupo, mas sem se utilizar de
clichês baratos.
Arlequina, destaque do filme
de Ayer, mantém a evolução vista em “Aves de Rapina” (2020). Já Sanguinário
e Pacificador (John Cena) divertem o público, em diálogos engraçados, mas
também violentos.
Se os “anti-heróis” brilham,
os vilões não oferecem muita coisa. Os ditadores de Corto Maltese são genéricos
demais. O único acerto deles fica pela escada, que fazem para Peter Capaldi,
que já mostra o poder e a genialidade de seu Pensador.
Não querendo ser um filme reflexivo,
mas tentando apenas tirar o gosto amargo do projeto anterior, James Gunn, em “O
Esquadrão Suicida” pavimenta bem um futuro para essa franquia. Trata-se de
um ótimo recomeço.
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