Pular para o conteúdo principal

Tempo (Crítica)

emaisgoias.com.br


Em 1999, M. Night Shyamalan surpreendeu o mundo, com o seu “O Sexto Sentido”. A partir dali, tudo que o diretor faz, ganha atenção do espectador. Em mais uma aventura misteriosa, “Tempo”, protagonizado por Vicky Krieps e Gael Garcia Bernal, traz de volta a receita conhecida, e tenta “brincar” com a velhice humana.


A proposta da vez está em misturar ciência e o fantástico, embalado num suspense.


Krieps e Gael Garcia Bernal interpretam o casal Prisca e Guy, respectivamente, que decide passar as férias num resort, junto de seus filhos, Maddox (Alexa Swinton) e Trend (Nolan River). O que parece ser o passeio dos sonhos, aos poucos, se mostra como a última chance de reaproximação de um casal, em crise.


Além da família principal, esse resort tem, como hóspedes, o médico Charles (Rufus Sewell), sua esposa, Chrystal (Abbey Lee), sua filha Kara (Mikava Fisher) e sua mãe, Agnes (Kathleen Chalfant). Temos também um outro casal, formado pela psicóloga Patrícia (Nikki Amuka-Bird) e seu esposo, o enfermeiro Jarin (Ken Leung). Todos eles são apresentados como pessoas felizes, mas que contam com pequenos transtornos.


Junto dos adultos, temos as crianças, que possuem um subnúcleo próprio. Em especial, Trend, que acaba fazendo amizade com Idlib (Kailen Jude), um menino solitário, que vive no hotel.


Todos são convidados pela gerente do resort (Gustaf Hammarsten), para explorarem uma praia escondida, que fica perto dali. Lá, eles se juntam ao rapper Mid-Sized Sedan (Aaron Pierre), e acabam encontrando, estranhamente, o corpo de uma moça, dentro da praia.


Essa situação meio macabra, faz com que os banhistas tentem fugir dali. Porém, um campo magnético os faz desmaiar, a cada tentativa. Além disso, todos acabam envelhecendo, aos poucos. Embora as crianças não liguem para tal situação, ali começa o maior pesadelo de todos.


Shyamalan utiliza uma câmera “estranha”, que não provoca o suspense buscado. A montagem tenta focar nos braços e pernas das crianças, procurando indicar envelhecimento. Isso até funciona à primeira vista, porém o diretor abusa do recurso.


A parte de ficção científica é boa, pois o clima de tensão parece estar sempre presente. Porém, tudo desmorona com os diálogos, entre os personagens, que são péssimos. Posto que o cenário intrigue o espectador, as atuações sofríveis o perdem, imediatamente.


Para piorar, Shyamalan, ao invés de apostar na simplicidade, ainda prolonga a história, na busca (que já é comum) de uma reviravolta surpreendente, mas sem sucesso.


Como o título inglês sugere, “Old” é um filme cansativo e nada empolgante, que me fez se sentir muito mais velho, do que sou. Lamentável!



Nota: ⭐⭐ (Ruim)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Arremessando Alto (Netflix) – Crítica

cinepop.com.br Embora tenha sucesso, de público diga se passagem, nas comédias, o ator Adam Sandler já não causa mais surpresa quando aposta em projetos mais dramáticos. Aliás, essas escolhas, geralmente, são acertadas. Ele já trabalhou com diretores do alto gabarito, como Paul Thomas Anderson ( “Embriagado de Amor” ), os Irmãos Safdie ( “Joias Brutas” ), Noah Baumbach ( “Os Meyerowitz” ), Jason Reitman ( “Homens, Mulheres e Filhos” ). Todos esses exemplos, longe da sua produtora, Happy Madison . Apesar da desconfiança, “Arremessando Alto” pode ser a exceção que confirma a regra, de que Sandler “não dá certo” produzindo e atuando, ao mesmo tempo. O filme, recém-lançado, na Netflix, traz um Adam Sandler mais próximo do real, já que o ator é um fã confesso de basquete. “Arremessando Alto” é dirigido por Jeremiah Zagar ( “We The Animals” ), e traz Sandler na pele de Stanley Surgerman, um olheiro do Philadelphia 76ers, tradicional clube da NBA, a principal Liga de Basquete Am

Continência ao Amor (Netflix) – Crítica

tecmundo.com.br “ Continência ao Amor” , sem dúvida, pelo menos, em termos de popularidade, é um dos maiores sucessos da Netflix, no ano. Liderando por semanas, em visualizações, o filme é do gênero romance, e apela para tropes básicos como: um casal formado por opostos, inicialmente precisando fingir um relacionamento, porém desenvolvendo maiores sentimentos. A direção é comandada por Elizabeth Allen Rosenbaum, experiente em produções focadas no público jovem. Aqui, ela, pela primeira vez, tenta trazer uma obra, um pouco, mais dramática, enquanto equilibra uma série de clichês. Embora tenha até êxito nisso, a primeiro momento, os desdobramentos, desse aspecto mais sério, não acompanham a narrativa. Na trama, em si, conhecemos Cassie (Sofia Carson), uma jovem latina e liberal, que encontra Luke (Nicholas Galitzine), um rapaz militar e conservador, que possui uma relação distante com seu pai. No sentido de apresentação de seus personagens, até que o filme funciona. O bás

Ghostbusters: Mais Além (Crítica)

cinepop.com.br Mais do que fantasmas, os cinéfilos tinham medo eram das continuações de “Caça-Fantasmas” (1984), que no filme original era estrelado por Bill Murray, Dan Aykroyd, Harold Ramis e Erine Hudson, com direção de Ivan Retiman.   Depois de tantas decepções, em suas sequências, será que precisaríamos de mais uma? A Sony acreditava que sim, e lançou “Ghostbusters: Mais Além” , que tenta homenagear o original, mas também seguir em frente, como o possível início de novas aventuras.   Na trama da vez, iniciamos com uma mãe viúva e seus dois filhos sendo obrigados a se mudarem, para uma casa isolada, no interior. Localizada na fazenda do avô das crianças, se descobre que o local possui uma ligação com o Universo dos Caças-Fantasmas.   A direção de “Ghostbusters: Mais Além” fica a cargo de Jason Reitman, filho do diretor dos originais, que recebe a incumbência de retomar a franquia do pai. Embora pareça apenas uma escolha pelo parentesco, é importante ressaltar que ele vem de traba