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Val Kilmer, sem dúvida, foi
um ator com uma carreira única, em Hollywood. Contemporâneo de Kevin Bacon e
Sean Penn, Kilmer, desde pequeno, sempre sonhou em ser uma estrela do cinema
americano. Porém, o astro teve que passar por turbulências, em sua carreira,
muito pelo seu comportamento excêntrico.
E olha que estamos falando,
simplesmente, de quem interpretou, nos cinemas, Jim Morrison, na cinebiografia “The
Doors” (1991), e viveu o Batman, em “Batman: Eternamente” (1995).
Mesmo assim, nada foi fácil para Kilmer.
Essa caminhada longa, e complicada,
é o pano de fundo para o seu documentário biográfico, “Val”, produzido
pela A24 e lançado no Amazon Prime Video.
O filme aposta no tom melancólico
do ator, que, atualmente, possui 61 anos, e que relembra sua carreira
irregular, ao mesmo tempo, em que tenta fazer as pazes com o que se tornou sua
vida, ao longo do tempo.
Narrado de forma não-linear,
“Val” é apresentado de forma poética, rimando seu momento atual, com o
ator fragilizado, com o passado, no auge. A fragilidade, embora triste, é a
verdadeira força do documentário, onde Kilmer não esconde o efeito que as cirurgias
e as sessões de radioterapia causaram em si mesmo.
O ator, atualmente, vive com
um aparelho de traqueostomia, em seu pescoço, o que modificou bastante a voz,
que se tornou imortal. Mesmo assim, é louvável o esforço do próprio Kilmer em
explicar o tratamento e falar, ao máximo, que consegue.
Não só tentando falar, mas
também pintando quadros, filmando momentos de sua vida, e “brincando de Batman”
com o filho, o ator sempre tenta se mostrar feliz.
Além de Val, Jack Kilmer,
seu filho, também narra as memórias do pai. Esse recurso assina bem o que o
documentário, sempre, faz questão de ressaltar, de que a família foi a base da
vida do ator.
O projeto não foca só
sobre a vida familiar. Para os cinéfilos de plantão, “Val” traz imagens
e histórias de bastidores inéditas de produções como “Top Gun – Ases Indomáveis”
(1986), “Tombstone – A Justiça Está Chegando” (1993) e “A Ilha do Dr.
Moreau” (1996). Kilmer mostra mais de 800 horas, de filmagens produzidas
por ele mesmo, ao longo da carreira, com registros pessoais e profissionais, de
boa parte de sua vida.
“Val”
finaliza, lindamente, se mostrando como um ensaio de um homem obcecado pela
perfeição, que acabou encontrando a paz, que ele não acreditava existir.
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐ (Excelente)
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