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Maligno (Crítica)

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Você já deve ter escutado que o pior terror, possível, é aquele imaginado por nós mesmos.


A partir dessa tese, “Maligno”, nova aventura do diretor James Wan, no Universo do Terror, conta a história de uma viúva, que acaba de perder seu marido, assassinado por uma criatura misteriosa, dentro da própria casa.


E mesmo contando com decisões, no mínimo, questionáveis, “Maligno” funciona. Muito pela direção eficaz do “Veterano do Terror”, James Wan, que vem de excelentes trabalhos no gênero, como “Jogos Mortais” (2004), “Sobrenatural” (2011) e nos dois primeiros filmes da franquia “Invocação do Mal” (2013-2016).


Assim, seu novo projeto, “Maligno”, se define como um filme que sabe abraçar as referências certas do gênero, com aquele vigor eletrizante, característico da filmografia de Wan.


Este estilo do diretor já é encontrado no prólogo da história, que nos situa num hospício aterrorizante, utilizando de movimentações de câmeras exageradas, alinhadas a uma “esquisita” trilha sonora. E a “cereja do bolo” está no uso excessivo de vermelho, na paleta de cores, o que remete, claramente, ao horror italiano, com suas heroínas frágeis e uma violência, extremamente abusiva, cometida por um vilão misterioso.


Wan também consegue êxito, na escolha do cenário. Ambientado em Seattle, o lugar dá um tom gótico, que alia o uso de escuro com o misterioso. A casa da protagonista, por exemplo, é mostrada como uma mansão antiga, com mobília velha e pouca luminosidade.


E nesse ambiente, “Maligno” leva o espectador, de maneira lenta, até uma grande catarse final, prometida. É necessária muita paciência, para que se ganhe o esperado, mesmo que a reviravolta seja, no mínimo, intrigante.


Ainda que conte com um elenco bem fraco, que muitas vezes prejudica o andamento do suspense, James Wan salva, com sua direção bem cadenciada e um terror digno, de seus filmes anteriores.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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