Pular para o conteúdo principal

Maligno (Crítica)

youtube.com

Você já deve ter escutado que o pior terror, possível, é aquele imaginado por nós mesmos.


A partir dessa tese, “Maligno”, nova aventura do diretor James Wan, no Universo do Terror, conta a história de uma viúva, que acaba de perder seu marido, assassinado por uma criatura misteriosa, dentro da própria casa.


E mesmo contando com decisões, no mínimo, questionáveis, “Maligno” funciona. Muito pela direção eficaz do “Veterano do Terror”, James Wan, que vem de excelentes trabalhos no gênero, como “Jogos Mortais” (2004), “Sobrenatural” (2011) e nos dois primeiros filmes da franquia “Invocação do Mal” (2013-2016).


Assim, seu novo projeto, “Maligno”, se define como um filme que sabe abraçar as referências certas do gênero, com aquele vigor eletrizante, característico da filmografia de Wan.


Este estilo do diretor já é encontrado no prólogo da história, que nos situa num hospício aterrorizante, utilizando de movimentações de câmeras exageradas, alinhadas a uma “esquisita” trilha sonora. E a “cereja do bolo” está no uso excessivo de vermelho, na paleta de cores, o que remete, claramente, ao horror italiano, com suas heroínas frágeis e uma violência, extremamente abusiva, cometida por um vilão misterioso.


Wan também consegue êxito, na escolha do cenário. Ambientado em Seattle, o lugar dá um tom gótico, que alia o uso de escuro com o misterioso. A casa da protagonista, por exemplo, é mostrada como uma mansão antiga, com mobília velha e pouca luminosidade.


E nesse ambiente, “Maligno” leva o espectador, de maneira lenta, até uma grande catarse final, prometida. É necessária muita paciência, para que se ganhe o esperado, mesmo que a reviravolta seja, no mínimo, intrigante.


Ainda que conte com um elenco bem fraco, que muitas vezes prejudica o andamento do suspense, James Wan salva, com sua direção bem cadenciada e um terror digno, de seus filmes anteriores.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Marcas da Maldição (Netflix) – Crítica

cinepop.com.br Mais de vinte anos, após a estreia de “A Bruxa de Blair” (1999), maior sucesso do gênero Terror com câmera na mão, a Netflix traz um novo filme com essa abordagem. O principal chamariz, para o longa dos anos 90, era a inauguração da onda de focar no uso de fitas abandonadas, com imagens de florestas assustador a s, onde habit avam maldições. Tentando retomar essa “ vibe” antiga, o diretor Kevin Ko lança seu “Marcas da Maldição” . O cineasta já é bastante conhecido, pelo talento de proporcionar “bons sustos” e criar uma atmosfera crescente, a partir de suas imagens. Em tela, é apresentado um ciclo, composto por pessoas curiosas, que se aproximam de lugares proibitivos, que acabam gerando situações amedrontadoras, como consequência as mesmas. Aqui, temos um grupo que tenta desmascarar casos sobrenaturais, para seu canal, no Youtube. Porém, eles acabam se envolvendo num ritual real, morrem e sobra apenas uma jovem mãe (Hsuan-yen Tsai), dos integrantes . ...

A Família Addams 2: Pé na Estrada (Crítica)

loucosporfilmes.net Só começar a música, que todos já começam a estalar os dedos. Nesse ritmo, chega, até nós, a sequência da animação de “A Família Addams” (2019), muito pelo sucesso desta primeira produção. Porém, o fator pandemia atrapalhou a MGM e Universal Pictures, na divulgação do longa. Mesmo depois de muita espera, “A Família Addams 2: Pé na Estrada” conseguiu chegar aos cinemas, e, infelizmente, não passa nem perto, em termos de qualidade, de seu antecessor. A aposta da vez foi colocar nossa adorável família viajando, pelos Estados Unidos. Pena, que toda essa tentativa de road movie familiar não tenha nada de memorável. Apesar de bons momentos, se pegos isolados, tudo fica inserido num grande remendo. Ao final da história, fica a sensação de que o trio de roteiristas (Dan Hernandez, Benji Samit e Ben Queen) achou que apenas a força de seus personagens já iria satisfazer o espectador. A principal característica da franquia, sem dúvida, é de colocar seus protag...

Beckett (Netflix) – Crítica

aodisseia.com Um velho artifício para se produzir uma história, que prenda o espectador do início ao fim, é escolher uma trama que envolva paranoia e teorias da conspiração. Nessa “vibe”, a Netflix aposta em “Beckett” , um thriller que promete. Beckett é o nome do protagonista, interpretado por John David Washington ( “Infiltrado na Klan” ), que está de férias com a namorada, April (Alicia Vikander), em Atenas, na Grécia. Durante a hospedagem, em um hotel, eles ficam sabendo de um protesto, que irá ocorrer próximo, e então decidem viajar, de carro, para o interior. Porém, durante o trajeto, o casal sofre um acidente. Beckett perde a esposa e ele acaba vendo um menino ruivo, antes de desacordar. Depois de ser resgatado, Beckett se vê caçado, sem saber o porquê, e precisa lutar para chegar à embaixada americana, em Atenas. A direção de “Beckett” é comandada por Ferdinando Cito Filomarino, e possui dois grandes arcos. O primeiro foca mais nas férias felizes do casal protagoni...