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No Ritmo do Coração (Crítica)

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Apesar de não parecer, o cinema pode ir além do entretenimento. Filmes também podem educar sobre algum assunto importante, mas que não possuem tanto apelo para sociedade, em geral, principalmente para situações em que ela nunca foi exposta.


E como é bom, quando uma obra é simples e direta ao conscientizar, de forma agradável, seu espectador. “No Ritmo do Coração”, filme original da Apple TV, mas distribuído, aqui no Brasil, pela Diamond Films, representa bem isso, gerando uma grande catarse ao público, ao estampar em sua trama, algo pouco debatido, que é a surdez na sociedade.


O longa é uma refilmagem de outro, chamado “A Família Bélier”, que traz um olhar específico e emocionante sobre um novo ponto de vista. A trama de “No Ritmo do Coração” chama atenção do público, para as falhas do sistema, que não engloba a todos, principalmente os deficientes.


Emilia Jones (“Locke & Key”) é a nossa protagonista. Ela vive Ruby Rossi, uma jovem estudante de 17 anos, que tem que se dividir entre o seu trabalho com a família, na pesca local, e seu amor pela música. Detalhe: Ela é a única ouvinte da casa, logo tem um papel fundamental como intérprete de todos, quando é necessário. Por isso, vem o conflito, já que ela se vê impossibilitada de seguir seu sonho em ser cantora, ao mesmo tempo que a família precisa dela.


O roteiro, de Sian Heder (“Tallulah”), mostra que apesar de solidários, nós não estamos devidamente preparados para essas pessoas. Mergulhando fundo na ferida, o longa também traz uma dose de humor, que relaxa o espectador, não transformando tudo num melodrama barato.


Em termos de atuações, todas são verossímeis e perfeitas. Jones é um fenômeno, inclusive, roubando a cena toda a vez que canta. Contudo, sempre bom ressaltar que o restante do elenco também está maravilhoso.


Troy Kotsur, vive o patriarca da família, um homem engraçado, mas também sensível ao drama da filha. Marlle Matlin é a mãe, que mesmo com seus dilemas, ama sua família incondicionalmente. Daniel Durant, como o irmão protetor, que é o único, a princípio, que entende o sonho da irmã.


Completando o elenco, temos Eugenio Derbez, que vive o professor de coral de Ruby, que ajuda a conduzir o sonho da protagonista.


A direção do filme, também comandada por Heder, foca em retratar a vida de um deficiente auditivo, no mais verossímil possível. Seu enredo imerge na mensagem central, sem tentar ser melodramático, ao extremo.


No geral, “No Ritmo do Coração” tem uma história catártica, que prende o espectador do início ao fim, fazendo-o rir, mas também sensibilizando-o, nos momentos chaves. Trata-se de uma história sobre aceitação e inclusão.


E vou mais longe, até o momento, é o melhor filme de 2021. Será que vem o Oscar? Vamos aguardar...



Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐ (Excelente)

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