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Cry Macho: O Caminho para Redenção (Crítica)

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Em torno de 50 anos, Clint Eastwood esteve envolvido em, pelo menos, 40 produções cinematográficas. E o veterano ator/diretor não pensa em se aposentar, tão cedo.


“Cry Macho: O Caminho para Redenção” é o seu mais novo projeto, onde dirige e atua ao mesmo tempo, no qual Clint se permite a revisitar seu passado, principalmente ao se autoquestionar, especialmente em sua personalidade máscula, criada por seus grandes sucessos.


Não que isso seja algo novo para ele, já que o diretor/ator vem de produções desse estilo, recentemente. Em “Menina de Ouro” (2004), ele aparece como um mentor depressivo. Já em “Gran Torino” (2008), Clint se “entrega a idade”, questionando sua velhice.


A bola de vez, “Cry Macho”, traz Eastwood vivendo Mike Milo, um ex-astro do mundo dos rodeios, que teve sua carreira interrompida pelas costelas quebradas. Isso, sem contar na perda de sua família, em um acidente de carro.


Necessitando quitar uma dívida com um amigo do passado, Mike precisa cruzar a fronteira Estados Unidos-México, e resgatar Rafael (Eduardo Minnett), o filho adolescente de seu amigo (Dwight Yoakam), e mantê-lo longe de sua mãe problemática (Fernanda Urrejola). O transtorno está na primeira negativa do garoto, que, a princípio, faz sucesso como campeão de briga de galos, na região. Porém, sua adoração por caubóis é o motivo para que Mike seja o escolhido para missão de angariá-lo.


E no mais velho gênero road movie, Mike conquista Rafael, contando seu passado glorioso, em meio uma viagem conflituosa, gerada pela mãe do garoto, que envia perseguidores em busca do filho. Tendo que se esconder, em meio a necessidade de parada, a dupla encontra uma vila. Lá se concentra todo o segundo ato, onde Mike se torna o veterinário da região, e ensina o jovem a cavalgar.


“Cry Macho” embora acerte muito, não é perfeito. O roteiro cria algumas coincidências para facilitar o andamento da trama. Porém, o carisma de sua dupla protagonista, e o surpreendente vigor de Clint Eastwood recompensa bem seus pequenos percalços.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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