A Dinamarca, em 2018,
selecionou o filme “Culpa”, como seu representante ao Oscar de Melhor
Filme Internacional. Porém, não obteve sucesso, pois não foi selecionado para a
lista final.
Mesmo assim, “Culpa”
foi reverenciado pela crítica internacional, naquele ano. Dirigido por Gustav Möller,
o filme surpreendeu a todos, muito pelo clima coletivo, que foi transportado.
Não demoraria muito tempo
para Hollywood adaptar essa história, para o cinema norte americano. E dessa
vez, a Netflix se colocou disposta, adquirindo os direitos da versão original,
e agora, três anos depois do lançamento original, produz uma nova versão, intitulada
“O Culpado”, com direção de Antoine Fuqua e protagonizada por Jake
Gyllenhaal.
A história se passa em um call
center policial, em Los Angeles, onde o operador de chamadas Joe Baylor
(Jake Gyllenhaal) tenta salvar uma mulher em apuros, numa situação aparentemente
delicada.
Fuqua tenta imprimir seu
estilo de narrativa, dando o vigor máximo possível. Seu estilo de direção é
expansivo, e isso não é um demérito, apenas uma característica. Porém, no caso
de “O Culpado”, não funcionou.
A começar, temos que retomar
a existência do projeto original, que, naturalmente, serve como material de
comparação. Enquanto o longa dinamarquês é envolvente, ao mirar em uma grande catarse
ao seu final, “O Culpado”, de 2021, explora menos a imaginação do
espectador, e aposta no drama forte, muito visto na atuação de Gyllenhaal.
Ao passo de que isso faz
como que a nova versão perca no cenário envolvente, e aposte todas suas fichas
na atuação executada pelo protagonista. Tanto que Jake Gyllenhaal é maior
acerto do projeto.
Seu exagero contrapõe,
perfeitamente, ao que foi visto em “Culpa”, na pele do ator sueco-dinamarquês
Jakob Cedergren, que prefere apostar na composição exata, de forma cirúrgica.
No fim, “O Culpado”,
da Netflix, não traz uma trama inovadora, pelo contrário, lenta e sem criatividade,
e prefere apostar, exclusivamente, na performance vigorosa de seu protagonista.
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