Pular para o conteúdo principal

O Espião Inglês (Prime Video) – Crítica

c7nema.net

Greville Wynne foi um empresário contratado pela CIA, durante a Guerra Fria, para espionar o Governo russo. Ele teve como seu principal aliado, Oleg Penkovsky, e os dois criaram uma amizade inusitada, que evitou o desenrolar de uma crise diplomática.


Essa história acabou inspirando Tom O’Connor (“Fogo Contra Fogo”) a escrever o argumento de “O Espião Inglês”, novo filme do Prime Video, que transita bem entre a realidade e a ficção. Já a direção é de responsabilidade de Dominic Cooke, que já havia trabalhado com Benedict Cumberbatch, nosso protagonista, na série “The Hollow Crown”.


Connor nos convida a retomar aos anos 60, onde conhecemos o engenheiro britânico Greville Wynne (Cumberbatch), que, atualmente, vive em dificuldade de administrar seu negócio. Ainda assim, ele promove seus produtos, pelo mundo, viajando o tempo todo, principalmente, nos países da Cortina de Ferro.


Nisso, o governo inglês o recruta, para contatar Oleg Penkowski (Merab Ninidze), um oficial soviético, que vive em Moscou, e que também está ligado ao mundo comercial. Por vários anos, Penkowski entregou ao Governo Britânico, por intermédio de Wynne, informações secretas sobre o programa militar soviético. A partir disso, surge uma grande amizade entre os dois, que norteiam todo o filme de Dominic Cooke.


“O Espião Inglês” é baseado nas memórias do protagonista, o que faz como que tudo seja explicado de forma convincente. O cenário envolvido é impactante, dando ao espectador todo clima de paranoia, que o mundo passava, na época.


Ainda assim, surpreendentemente, de forma positiva, temos Cumberbatch entregando um Wynne carismático, ao mesmo tempo corajoso, disposto a entregar sua vida, para dar fim a uma iminente guerra.


O filme aposta na divisão de dois grandes arcos. A primeira hora dele é focada nas relações humanas, principalmente entre a dupla espiã, e o conturbado vínculo entre Grã-Bretanha e URSS. Nesse ponto, “O Espião Inglês” brilha. Já a segunda metade, foca-se mais no vínculo entre Greville Wynne e sua esposa, Sheila (Jessie Buckley), cercado de desconfiança. Essa última parte não chega a desagradar, mas não se destaca tanto, quanto a primeira.


Na técnica, fica o elogio para a fotografia de Sean Bobbitt, que ambienta bem a época, aliada a uma trilha sonora elegante. Em termos de roteiro e montagem, o filme não inova muito. Sua maior força está mesmo nas interpretações de Buckley, Cumberbatch e Ninidze, e garante o bom funcionamento, no geral, do longa.


Resumindo, “O Espião Inglês” não encanta, porém é bastante eficiente, em sua proposta.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Artemis Fowl: O Mundo Secreto (Crítica)

canaltech.com.br A Disney quer, por que quer, trazer uma franquia nova, focada no misticismo. Depois de “Uma Dobra no Tempo” (2018), a aposta está em  “Artemis Fowl: O Mundo Secreto” . Mas o problema persiste. Com a assinatura de Kenneth Branagh, a obra tenta adaptar os dois primeiros volumes da famosa série literária, escrita por Eoin Colfer. O filme parte da história de Artemis Fowl (Ferdia Shaw), um garoto de 12 anos, muito inteligente (pelo menos, é o que filme tenta nos contar), que acaba descobrindo um segredo da sua família, e precisa embarcar numa jornada mágica. A maior falha, sem dúvida, está na premissa. O garoto, protagonista, não demonstra, em momento algum, sua habilidade na arte criminal. Ao invés disso, o longa prefere apostar na imagem, deixando o texto de lado. E antes, que alguém venha defender esse tipo de proposta, temos que lembrar que o cinema é formado pelo estabelecimento de uma linguagem orgânica, entre imagem e qualquer outra coisa, for...

Freaks: Um de Nós (Netflix) - Crítica

deveserisso.com.br A Netflix parece querer mesmo construir sua própria franquia de super heróis. E a aposta do momento está em “Freaks: Um de Nós” . A “bola da vez” começa sua história de um close, onde é mostrado um olhar amedrontado, que provoca curiosidade ao espectador. A partir daí, somos convidados a seguir a caminhada de Wendy (Cornelia Gröschel), que possui uma vida simples, ao lado de sua família, e com seu trabalho estressante em um restaurante, onde sonha ganhar uma promoção. Porém, tudo muda quando um morador de rua a aborda, dizendo que sua vida pode ser mais do que aquilo. Independente da boa premissa, o filme muda de pauta, rapidamente. Resolvendo apostar numa metáfora, de que o uso de remédios impede o verdadeiro potencial de todos nós. Para piorar a situação, joga-se, sem muita explicação, várias referências aos quadrinhos e a mitologia grega, que não acrescenta em nada a trama, já confusa. Acentuando, ainda mais, seus erros, o longa alemão busca misturar u...

A Caminho da Lua (Netflix) - Crítica

liberal.com.br Após o grande sucesso de “Klaus” (2019), a Netflix resolveu, de vez, apostar em animações. O projeto do momento trata-se de “A Caminho da Lua” , que foca na perda e na própria aceitação, como os seus temas principais. Uma questão, que se deve ressaltar, é que essa animação é focada, prioritariamente, nas crianças. Portanto, não vá assistir “como um adulto”, pois a decepção pode ser grande. Outra característica é a utilização excessiva de canções, em formatos de esquete, que para quem não curta tanto o gênero Musical, pode incomodar. A premissa parte da história de Fei Fei, uma garota que, desde pequena, acredita no mito, contado pelo seus pais, sobre a Deusa da Lua. No meio disso, a menina perde sua mãe, e tenta, ao máximo, conservar sua crença como um símbolo, desse laço maternal. No meio disso, com o passar dos anos, seu pai pretende se casar novamente, assim, Fei Fei acaba ganhando um “irmão mais novo”, que se torna o responsável pelo lado cômico do filme. Nesse come...