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Venom: Tempo de Carnificina (Crítica)

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Andy Serkis, diretor de “Venom: Tempo de Carnificina”, definiu esse projeto como um filme de comédia romântica, onde o “casal” protagonista, retratado por Venom e Eddie Brock (ambos interpretados por Tom Hardy), passa por um momento conturbado, na relação.


Apesar de se tratar de uma definição estranha, ao terminar o longa, o espectador tem essa mesma sensação, no que foi visto. Não que seja mostrado um namoro, propriamente, porém as situações e a forma em que a conexão, entre a “dupla” protagonista é mostrada, encaixa, perfeitamente, no gênero comédia romântica.


Mesmo com a ousadia de “trocar” de gênero narrativo, “Venom: Tempo de Carnificina”, assim como o primeiro, não é um bom filme. O roteiro não possui lógica, seus personagens são rasos e as atuações são preguiçosas. Inclusive, Tom Hardy, encarnando o protagonista, dá uma sensação de que está ali, somente, para se divertir, sem o menor compromisso.


Nisso, a relação de seu Eddie Brock com Venom é a melhor coisa do longa. A falta de compromisso de Hardy torna sua atuação, surpreendentemente, genuína e causa um mínimo de carisma ao espectador.


Andy Serkis (“Mogli: Entre Dois Mundos”), que substitui Ruben Fleischer (“Zumbilândia”), na função de diretor, “dá corda” para Hardy usar seu humor corporal, para ultrapassar o limite do absurdo. A dupla sabe o que está fazendo e luta para cumprir o objetivo, mesmo que não agrade a todos.


Tirando isso, tudo em volta é péssimo. O antagonismo é representado por Woody Harrelson (“Planeta dos Macacos: A Guerra”) e Naomi Harris (“Extermínio”). Kasady (Harrelson) é um psicopata que recebe o simbionte ao entrar em contato com Eddie. Já Shriek (Harris) é uma mulher separada de Kasady, seu marido (sem explicação), e vive trancada no Instituto Ravencroft.


Harrelson é um grande ator, todos sabem. Porém, aqui, ele apresenta apenas um humor que tenta ser assustador, mas com um péssimo texto. Porque o seu Carnificina quer matar Venom? Não há uma clareza nisso. Para completar, os efeitos especiais são confusos e sem identidade.


Pelo menos, há ocasiões engraçadas que geram risos. Mesmo que sejam geradas, automaticamente, por péssimas escolhas, falta de desenvolvimento ou atuações forçadas.


Assistam “Venom: Tempo de Carnificina” como uma comédia romântica involuntária, pois é a única forma dele funcionar. Nem que seja no limite do aceitável.



Nota: ⭐⭐ (Ruim)

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