Pular para o conteúdo principal

Alerta Vermelho (Netflix) – Crítica

indianexpress.com


Se tem um filme fácil de ser vendido, sem dúvida, é “Alerta Vermelho”. O diretor Rawson Marshall Thurber conseguiu a proeza de reunir três, dos atores mais populares da atualidade: Dwayne “The Rock” Johnson, Ryan Reynolds e Gal Gadot.


Infelizmente, todo esse carisma do elenco é reduzido numa aventura datada, remetendo a pobreza dos longas de ação dos anos 90. “Alerta Vermelho” constrói todo seu projeto apenas em cima dos seus protagonistas, algo que não serve mais para o cinema moderno.


Embora, tenha que se ressaltar que, no mínimo, o filme consegue mostrar seu charme. Mas o roteiro, em si, é um acoxambrado de várias outras produções, como “Missão Impossível”, “A Lenda do Tesouro Perdido” e “Indiana Jones”, com uma trama nada original.


Para piorar, tudo isso é posto no maior exagero possível. “Alerta Vermelho” é um projeto, extremamente, caro, e isso é visível, em tela. Aqui, temos belas mansões e cavernas vislumbrantes.


Porém, tudo isso vai embora, numa trama bem fraca. John Hartley (Dwayne Johnson) é um agente do FBI, que está em busca de prender o maior ladrão de obras de arte do planeta, Nolan Booth (Ryan Reynolds). Hartley até que atinge, rapidamente, esse objetivo, porém tudo muda, quando surge o Bispo (Gal Gadot), uma nova ladra que está em busca de um roubo muito maior: Três ovos de ouro, dados por Cleópatra ao general Marco Antônio, que se encontram perdidos.


Depois disso, “Alerta Vermelho” acaba virando uma grande caça ao tesouro, com Hartley e Booth tentando “vencer a corrida” contra o Bispo, que, aos poucos, vai se mostrando muito mais inteligente do que a dupla. Tudo isso, embalado em milhares de cenários, espalhados pelo mundo, o que não faz o menor sentido.


“Alerta Vermelho” não inova, em nada, o cinema de ação. Ao invés disso, o longa abraça os cacoetes do gênero. Não há senso de perigo, e a ação é a mais clichê possível. Até a reviravolta final proposta é tão inverossível, que acaba destruindo o mínimo construído, que o longa tinha trazido, até ali.


Por essa pobreza no texto, que o elenco é tão primordial. Apesar de que Johnson permanece no mesmo tom de seus últimos personagens, e Gadot não convence como uma “bandida astuta”. Reynolds até tenta salvar, com sua boa veia cômica, mas não consegue.


Com uma narrativa pobre, “Alerta Vermelho” falha ao tentar retomar um cinema de ação já ultrapassado, com alguns momentos cômicos que nos fazem sorrir, mas não chegando a gargalhar. Ou seja, um completo desperdício.



Nota: ⭐⭐ (Ruim)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Artemis Fowl: O Mundo Secreto (Crítica)

canaltech.com.br A Disney quer, por que quer, trazer uma franquia nova, focada no misticismo. Depois de “Uma Dobra no Tempo” (2018), a aposta está em  “Artemis Fowl: O Mundo Secreto” . Mas o problema persiste. Com a assinatura de Kenneth Branagh, a obra tenta adaptar os dois primeiros volumes da famosa série literária, escrita por Eoin Colfer. O filme parte da história de Artemis Fowl (Ferdia Shaw), um garoto de 12 anos, muito inteligente (pelo menos, é o que filme tenta nos contar), que acaba descobrindo um segredo da sua família, e precisa embarcar numa jornada mágica. A maior falha, sem dúvida, está na premissa. O garoto, protagonista, não demonstra, em momento algum, sua habilidade na arte criminal. Ao invés disso, o longa prefere apostar na imagem, deixando o texto de lado. E antes, que alguém venha defender esse tipo de proposta, temos que lembrar que o cinema é formado pelo estabelecimento de uma linguagem orgânica, entre imagem e qualquer outra coisa, for...

Freaks: Um de Nós (Netflix) - Crítica

deveserisso.com.br A Netflix parece querer mesmo construir sua própria franquia de super heróis. E a aposta do momento está em “Freaks: Um de Nós” . A “bola da vez” começa sua história de um close, onde é mostrado um olhar amedrontado, que provoca curiosidade ao espectador. A partir daí, somos convidados a seguir a caminhada de Wendy (Cornelia Gröschel), que possui uma vida simples, ao lado de sua família, e com seu trabalho estressante em um restaurante, onde sonha ganhar uma promoção. Porém, tudo muda quando um morador de rua a aborda, dizendo que sua vida pode ser mais do que aquilo. Independente da boa premissa, o filme muda de pauta, rapidamente. Resolvendo apostar numa metáfora, de que o uso de remédios impede o verdadeiro potencial de todos nós. Para piorar a situação, joga-se, sem muita explicação, várias referências aos quadrinhos e a mitologia grega, que não acrescenta em nada a trama, já confusa. Acentuando, ainda mais, seus erros, o longa alemão busca misturar u...

A Caminho da Lua (Netflix) - Crítica

liberal.com.br Após o grande sucesso de “Klaus” (2019), a Netflix resolveu, de vez, apostar em animações. O projeto do momento trata-se de “A Caminho da Lua” , que foca na perda e na própria aceitação, como os seus temas principais. Uma questão, que se deve ressaltar, é que essa animação é focada, prioritariamente, nas crianças. Portanto, não vá assistir “como um adulto”, pois a decepção pode ser grande. Outra característica é a utilização excessiva de canções, em formatos de esquete, que para quem não curta tanto o gênero Musical, pode incomodar. A premissa parte da história de Fei Fei, uma garota que, desde pequena, acredita no mito, contado pelo seus pais, sobre a Deusa da Lua. No meio disso, a menina perde sua mãe, e tenta, ao máximo, conservar sua crença como um símbolo, desse laço maternal. No meio disso, com o passar dos anos, seu pai pretende se casar novamente, assim, Fei Fei acaba ganhando um “irmão mais novo”, que se torna o responsável pelo lado cômico do filme. Nesse come...