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Ferida (Netflix) – Crítica

netflix.com

Halle Berry estreia na direção em “Ferida”, novo drama esportivo da Netflix. Aqui, temos o básico da superação, que está presente em qualquer longa, que envolva esporte. Essa repetição não seria problema algum, se o roteiro, de Michelle Rosenbarf, não fosse tão acelerado.


“Ferida” acompanha a história de Jackie Justice (Halle Berry), uma ex-lutadora de MMA, que após um início promissor, decide aposentar as luvas, sem muitas explicações. Atualmente, ela passa por um momento conturbado na relação com seu marido, Desi (Adam Canto), que dá entender é o que a mantém em pé, já que Jackie está sempre a procura do conflito, principalmente, após sua aposentadoria.


Certo dia, ela é convidada por Desi, para acompanhá-lo numa luta, onde a atleta que ele empresaria, está presente. De repente, sem muita explicação, Jackie se envolve numa briga, no local, que acaba viralizando, na internet. Isso faz com que um outro empresário a veja e convide-a para enfrentar a atual campeã, Lady Killer (Valentina Shevchenko).


Para embolar mais, o roteiro apressado, além da preparação para luta, a história insere na vida de Jackie, um filho esquecido, uma conturbada relação com a mãe, um novo amor, sua luta contra o alcoolismo e seu divórcio com Desi.


Essa enxurrada de subtramas, é vista, pelo menos, a primeiro momento, como tentativas de se criar conflitos para protagonista. E isso, até faz com que a atuação de Berry floresça, e seja o maior acerto de “Ferida”. Porém, também ressalta o calcanhar de Aquiles do projeto, que é o roteiro.


Não há tempo para o espectador respirar e digerir a história. Com muitas subtramas, o texto de Michelle Rosenbarf procura as saídas mais fáceis, e não oferece grandes conflitos. Em especial, o terceiro ato, na tentativa de humanizar a protagonista, começa com um conflito entre a mesma e sua mãe, porém o desfecho do longa não menciona o evento, como se nada tivesse acontecido antes.


Se o roteiro é fraco, de positivo, é importante ressaltar a direção de Berry. Eliminando a pobreza da idealização das cenas de lutas, pelo menos fica a boa construção nos relacionamentos, entre os personagens. Em especial, a de Jackie e de sua treinadora, Budddhakan (Sheila Atim).


“Ferida”, em resumo, até que tem bons acertos, muito pelo esforço de Halle Berry, tanto como diretora, quanto atriz, que é visível em tela. Porém, o roteiro pobre, que apela, excessivamente, para o melodrama, e se transmite de maneira formulaica, com soluções fáceis, numa história que parece já ter sido contada, várias vezes, enfraquece o projeto.



Nota: ⭐⭐ (Ruim)

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