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Já dizia o samba clássico da
Mocidade Independente de Padre Miguel, agremiação do carnaval carioca: “Sonhar
não custa nada”. A busca do sonho, a partir do nosso imaginário, com um
protagonista persistente é algo muito batido, no cinema.
O mais recente projeto, que
usa esse tema, é “Tick, Tick...BOOM!”, desenvolvido por Lin-Manuel
Miranda, que mantém a fórmula conhecida, de acompanharmos o desafio de um personagem
para atingir algo, passando por suas dores.
Aqui, a obra se inspira na
autobiografia de Jonathan Larson, sendo interpretado por Andrew Garfield.
Larson é um compositor, que recentemente completou 30 anos de idade. Nunca tendo
atingido o estrelato, ele planeja sua cartada final ao produzir um novo
musical.
O entorno de Jon é o mais
interessante, pois abraça a melancolia dos anos 90, em meio a explosão de casos
de HIV. Porém, isso é meio que desperdiçado, já que a trama prefere focar nos
relacionamentos comuns do protagonista com sua namorada, algo bem
desinteressante.
O que frusta mais em “Tick,
Tick...BOOM!” é que tudo em volta é mais atraente do que a trama central.
Estamos na década de 90, o início do auge da tecnologia. A história se passa em
Nova York, uma cidade rica para esse tipo de exploração, mas parece que Miranda
não acredite nesse potencial.
Mesmo assim, vale pelo drama
de Jon, que passa por um momento conturbado, envolvendo a chegada da vida adulta.
Ainda mais por sua vida toda ser focada, exclusivamente, no sonho de se tornar
um grande diretor de teatro. Mas se isso der errado? O que será de Jon? Essa
discussão cria uma empatia necessária, que dá um mínimo de ritmo a história.
Esse acerto ainda é maior,
pela escalação de Andrew Garfield. Além de interpretar o compositor, ele incorpora
bem sua dor e seus medos.
Lin-Manuel Miranda apesar de
não trazer muitas novidades, em sua direção, consegue, ao menos, guiar bem a
transição das músicas com que a trama pede. Tudo é bem coreografado e
organizado.
Embora simplifique muito uma
década tão complexa, ainda mais na questão séria do surto do vírus do HIV, que
poderia ter sido mais bem explorada, “Tick, Tick...BOOM!” vale pela ótima atuação de Garfield, que consegue concentrar as emoções da história e imprime
bem a dor principal do protagonista.
Nota: ⭐⭐⭐ (Ok)
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