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A Filha Perdida (Netflix) – Crítica

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Maggie Gyllenhaal estreia como diretora, num projeto com uma abordagem específica para mulheres, especialmente as mães. Ela foca na sensibilidade humana, algo muito parecido com o visto, no ano passado, em “Pieces of a Woman”.


Gyllenhaal traz uma adaptação do romance “A Filha Perdida”, de Elena Ferrante. Protagonizando essa história, temos Olivia Colman, que desde o início encarna uma mulher perdida, em sua própria mente. A ideia do texto é levar o espectador uma jornada de experiencia, a partir da jornada de Leda (Colman).


A fotografia, de Hélène Louvart, potencializa o roteiro. As cores quentes são bem destacadas, pela melancolia da protagonista, vista por seu riso amarelo e frouxo. Cada imagem provoca sentimentos tristes da mulher, que carrega um imenso fardo.


Fardo este, que vem de inúmeros problemas relacionados a maternidade, feminilidade, idade e muitos outros, referentes a protagonista. A diretora não demoniza a personagem, pelo contrário, ela só nos quer, com sucesso, nos empatizar com suas perdas e dores, além da sua dificuldade de se comunicar.


Mesmo assim, “A Filha Perdida” ainda peca, em alguns aspectos. Exemplo disso, estão na inserção de subtramas desnecessárias, envolvendo até, mesmo, aspectos criminais. Temos aqui, um plot policial sem conexão alguma com a trama principal.


Ainda assim, é importante reforçar o acerto no projeto. Gyllenhaal traz uma forte construção, que consegue se alavancar ainda mais, pelo brilho das atuações das protagonistas, Olivia Colman e Jessie Buckley, que vivem Leda, em duas fases temporais.


“A Filha Perdida” é uma bela abordagem da diretora, que atinge o êxito, ao reestruturar e questionar os arquétipos impostos a mulher, em diferentes fases da vida.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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