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Maggie Gyllenhaal estreia
como diretora, num projeto com uma abordagem específica para mulheres,
especialmente as mães. Ela foca na sensibilidade humana, algo muito parecido
com o visto, no ano passado, em “Pieces of a Woman”.
Gyllenhaal traz uma adaptação
do romance “A Filha Perdida”, de Elena Ferrante. Protagonizando essa
história, temos Olivia Colman, que desde o início encarna uma mulher perdida,
em sua própria mente. A ideia do texto é levar o espectador uma jornada de experiencia,
a partir da jornada de Leda (Colman).
A fotografia, de Hélène
Louvart, potencializa o roteiro. As cores quentes são bem destacadas, pela melancolia
da protagonista, vista por seu riso amarelo e frouxo. Cada imagem provoca
sentimentos tristes da mulher, que carrega um imenso fardo.
Fardo este, que vem de inúmeros
problemas relacionados a maternidade, feminilidade, idade e muitos outros, referentes
a protagonista. A diretora não demoniza a personagem, pelo contrário, ela só
nos quer, com sucesso, nos empatizar com suas perdas e dores, além da sua dificuldade
de se comunicar.
Mesmo assim, “A Filha
Perdida” ainda peca, em alguns aspectos. Exemplo disso, estão na inserção
de subtramas desnecessárias, envolvendo até, mesmo, aspectos criminais. Temos
aqui, um plot policial sem conexão alguma com a trama principal.
Ainda assim, é importante
reforçar o acerto no projeto. Gyllenhaal traz uma forte construção, que consegue
se alavancar ainda mais, pelo brilho das atuações das protagonistas, Olivia
Colman e Jessie Buckley, que vivem Leda, em duas fases temporais.
“A Filha Perdida” é
uma bela abordagem da diretora, que atinge o êxito, ao reestruturar e questionar
os arquétipos impostos a mulher, em diferentes fases da vida.
Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)
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