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A Tragédia de Macbeth (Apple TV+) – Crítica

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“A Tragédia de Macbeth” é o primeiro longa que o diretor e roteirista Joel Coen realiza sozinho, sem a companhia de seu irmão, Ethan Coen. Aqui, Joel conta com a colaboração da esposa, a atriz Frances McDormand, e adapta a obra homônima de William Shakespeare, dando um tom mais pessoal e sério, onde a ambição é o grande tema.


Embora o título do filme apele para o lado trágico, o filme de Coen, na verdade, é mais uma adaptação a seu estilo, usando seu humor característico, em meio a fortes acontecimentos.


McDormand interpreta Lady Macbeth e Denzel Washington, em alto nível, faz seu esposo, que na verdade, trata-se do personagem-título. Lord Macbeth é o general do Rei da Escócia, que durante uma caminhada, acaba se deparando com três mulheres misteriosas, que lhe dão uma profecia pagã: “Mate o rei, que o trono será seu”.


Essa peça, como podem ver, é famosa por retratar a força da corrupção, em meio a uma zona de poder, onde estamos cercados por fatos absurdos. Os irmãos Coen sempre, em sua obra, apostaram em histórias de pessoas modestas que acabam traindo a si mesmas, em meio a desencontros e o acaso. Nisso, como já conhecemos Shakespeare, pouco importa o final de Macbeth, mas sim como acontecerá os passos que darão seu fim.


Uma crescente sensação de desconforto é gerada, propositalmente, para causar tensão máxima ao espectador. Temos planos fora do padrão, objetos mal colocados e improvisos em ações, que causam a desordem necessária, para uma trama calcada no caos.


Coen também faz referência ao Expressionismo Alemão. Seu filme é enquadrado em 4x3, onde se aposta muito nos close-ups do rosto de seus personagens, e menos no cenário. Isso dá a sensação claustrofóbica perfeita para a “tragédia”.


E mesmo que erre em alguns aspectos, referentes a apresentação do contexto, principalmente, para aqueles que não conhecem a obra original, ainda sim, “A Tragédia de Macbeth” traz uma forte dupla protagonista, que ganha muito no aspecto teatral do filme, ao mesmo tempo, em que a encenação proposta é brilhante.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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