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A nova aventura de Nicole Kidman, nos cinemas, é interpretar a atriz Lucille Ball, na semana mais difícil
de sua vida. Ela está sendo acusada de participar do Partido Comunista, o que
faz com que sua carreira corra risco, com a audiência a pressionando.
Para piorar, ela precisa
concluir o roteiro de seu sitcom, “I Love Lucy”, em meio as acusações e
a baixa receptividade do público americano, para sua persona. Além disso, a
atriz acaba descobrindo que seu marido, Desi (Javier Bardem), a está traindo, o
que faz com que seu casamento esteja por um fio.
A direção e o roteiro de “Apresentando
os Ricardos” fica por conta de Aaron Sorkin (“Os 7 de Chicago”), que
já começa o filme, prometendo bastante, prendendo a atenção do espectador, de
imediato.
De início, vemos que o filme
utilizará da metalinguagem, misturada com a estrutura documentário, onde vemos
relatos de várias pessoas, que passaram pela vida de Lucy. A direção acerta muito
nessa condução, mas o elogio maior, sem dúvida, vai para Nicole Kidman, que
transita muito bem, entre a personagem Lucy (dentro da Sitcom) e a Lucille (a
atriz) da vida real. De forma soberba (no bom sentido), Kidman é impecável,
sabendo convencer no drama, de uma forma elegante.
Na parte estética, a atriz
encarna a Lucille Ball perfeita. Destaque para as cenas em que ela fuma um cigarro,
de forma glamorosa, e seu lado decisivo, quando o texto pede algo mais forte. Inclusive,
o roteiro de Aaron Sorkin nem é tão poderoso, quanto em seus trabalhos anteriores,
mas Kidman o salva, com primor.
Essa mistura entre o real e
o ficcional apesar de, a princípio, se mostrar interessante, pode ser visto
também como um elemento para esconder o frágil roteiro. Não há um objetivo
nessa história, não sabemos qual a intenção dele. Assim, Kidman e Javier
Bardem, como atores, salvam muito, indo para seu bom entrosamento.
Para ficar mais claro, o
maior problema, aqui, é que o roteiro não sabe qual caminho seguir. O longa tenta várias soluções, sem embarcar numa de fato. Ora foca-se no drama pessoal
da protagonista, ora na comédia, ora na produção da série. Tudo sem um desenvolvimento
satisfatório.
“Being the Ricardos”, no fim das contas, só
não é filme nulo, pela brilhante atuação de Kidman, e o esforço de Bardem. Isso
faz com que o longa até possa se vender como um “bom passatempo”, porém muito
longe da grandeza merecida para uma das maiores estrelas da televisão norte
americana.
Nota: ⭐⭐⭐ (Ok)
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