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“Audible” é
um curta documental, disponível na Netflix, que acompanha a trajetória do
atleta/estudante Amaree McKenstry, que frequenta uma Escola para Surdos, em
Maryland, nos EUA, e, atualmente, enfrenta a pressão de terminar o colegial e
precisar decidir seu futuro.
Ele acaba utilizando, a princípio,
como distração, o esporte, no caso, o futebol americano. Além do escapismo ajudar
no dia a dia do colegial, ele se torna fundamental na vida de Amaree, pois seu lado
emocional foi comprometido, após a perda de seu melhor amigo.
Mais do que a trajetória de
Amaree, “Audible” é a jornada de um grupo de adolescentes (os amigos de
Amaree também aparecem, frequentemente), que mesmo com conflitos, nutrem a esperança
de dias melhores, a partir dos estudos e do esporte.
Indo por dentro dos
detalhes, conhecemos melhor a Escola Maryland, onde nosso protagonista
frequenta. Vemos que ela tem um papel fundamental, pois ali foi criado um
ambiente seguro e acolhedor para esses jovens. Jovens esses, integrantes de uma
comunidade surda, que o mundo, como um todo, não aprendeu a lidar, perfeitamente.
Sem dúvida, o maior acerto
técnico de “Audible” está na sua edição de som. O documentário tem o
brilho de ocultar a trilha, em diversos momentos, dando espaço para os sons naturais.
Desse modo, o espectador é inserido na realidade dessas pessoas. Nisso,
destaque maior para as sequencias utilizadas nos treinos e jogos de futebol,
onde passamos a aprender uma nova forma de comunicação, diferente da que
estamos habituados, mas igualmente eficiente.
Ainda que 38 minutos seja
uma duração muito curta, para debater esse tipo de temática, “Audible”
acerta, em cheio, na leveza da sua narrativa. Além disso, a trama mescla bem o
tom pedido, em cada cena. A transição entre os momentos de euforia e tristeza é
colocada de maneira fluida, e respeitosa.
No fim de “Audible”,
somos convidados a um questionamento interessante. Sabemos que eles estão mais
que preparados para o nosso mundo, mas será que NÓS estamos para o deles?
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