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O Livro de Boba Fett (Disney+) – 1ª Temporada (Crítica)

tecmundo.com.br


Para quem não acompanhou, de fato, “O Livro de Boba Fett”, em sua primeira temporada, não se surpreenda em saber que sua história foi demarcada em dois arcos. A aposta está em dividir a trama entre flashbacks, mostrando como o nosso protagonista, Boba Fett (Temuera Morrison), conseguiu sobreviver à sua queda no poço do Sarlacc, vista, anteriormente, em “Star Wars: Episódio VI - O Retorno de Jedi”, com os acontecimentos do presente, onde Fett conquista o trono de Mos Espa, uma cidade isolada, do planeta Tatooine.


O problema maior não é nem essa divisão narrativa, mas a estética irregular que acompanha a série. Durante os flashbacks, a história ganha um tom de faroeste, apresentando Fett como um “Clint Eastwood”, que irá proteger um povo ameaçado. Nisso, a fotografia e o design de produção buscam sempre o realismo do deserto, mesmo se tratando de uma mitologia.


O comando do projeto é de Robert Rodriguez, que apresenta uma jornada de máfia. “O Livro de Boba Fett” é a aventura de um homem, que procura criar um sistema sólido, num planeta que sofre com a injustiça e a corrupção.


Se esse plot fosse de um herói isolado, até que daria para abraçar a ideia. Porém, tudo isso é centrado em Boba Fett, até então apresentado como um mercenário individualista, que construiu toda sua fama na base do mistério. Ninguém suplicava em conhecer o homem, por trás da armadura de Boba Fett, muito menos conhecê-lo pela ótica de Robert Rodriguez, diretor característico do entretenimento juvenil.


E até mesmo quando os flashbacks se encerram, e a trama parece ganhar corpo, para algo mais central, ela volta a se desprender, quando a produção tenta encaixar uma “temporada 2.5” para “The Mandalorian”.


Nada contra o nosso querido Din Djarin (Pedro Pascal). O problema é que quando ele surge, aqui, acaba confirmando para todos, que sua jornada é muito mais empolgante e carismática do que a do protagonista, que estávamos acompanhando.


O quarto episódio, em si, dirigido pela ótima Bryce Dallas Howard, não possui, sequer, a presença de Boba Fett, e retoma toda a sensação épica, que a história principal não havia atingido. Apesar de maravilhoso, esse capítulo é a grande exposição dos erros que a série cometeu.


Tirando ele, vemos que “O Livro de Boba Fett” não tem uma história empolgante, muito menos consegue entreter, ao mínimo, o espectador. Star Wars sempre funcionou no SIMPLES, mas não no SIMPLÓRIO apresentado, aqui.



Nota: ⭐⭐ (Ruim)

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