Pular para o conteúdo principal

Pacificador (HBO Max) – 1ª Temporada (Crítica)

ovicio.com.br


Apesar de muitos terem conhecido James Gunn pelo seu trabalho em “Guardiões da Galáxia” (2014), o diretor já se aventurava pelos super-heróis, antes. Em 2010, ele lança “Super”, já mostrando sua visão particular sobre o gênero: Transformar esses mitos em algo juvenil, sem filtro e subvertendo, totalmente, seu conceito.


Onze anos depois, ele apresenta “Pacificador”, repetindo sua fórmula consagrada, mas agora um pouco mais romântico, apostando na jornada humana.


Depois de ser demitido da Disney, por conta de tweets antigos seus, envolvendo piadas sobre pedofilia, ele acabou encontrando refúgio na Warner, onde estreou dirigindo “O Esquadrão Suicida” (2021), e agora comanda uma série derivada do filme, focada no Pacificador (John Cena).


Aqui, ele usa todo o ataque sofrido, pela então militância do presidente americano da época, Donald J, Trump, transformando “Pacificador” em uma bela resposta. O foco é no amadurecimento do anti-herói idiota, que Gunn usa para retratar o próprio crescimento, dando particularidade a narrativa, sobre uma ótica humana, ainda que carregue a sua, já conhecida, crítica social.


A liberdade dada pela Warner ao diretor é visível. Ela é manifestada pelo uso de violência gráfica, e pelos temas explorados, como masculinidade tóxica, fascismo e intolerância.


Para auxiliar nosso Pacificador, temos o retorno da força tarefa da A.R.G.U.S., formada por rostos já vistos, lá no filme anterior. Eles convocam nosso anti-herói para auxiliá-los no combate da misteriosa “Operação Borboleta”. A equipe é formada com os já conhecidos Emillia Harcout (Jennifer Holland), John Economos (Steve Agee), somado aos novatos, Clemson Murn (Chukwudi Iwuji) e a jovem Leota Adebayo (Danielle Brooks).


Voltando a Gunn, ele dirige cinco, dos oito, episódios da temporada, apresentando cada personagem com um arquétipo próprio, e ganchos que prendem o público.


Participações, que merecem destaque, são a do psicopata infantil Vigilante (Freddie Stroma), o “capacho de vilão” Mestre do Judô (Nhut Le) e o vilão neonazista Dragão Branco, que tem sua personalidade mesclada com Auggie Smith (Robert Patrick), o pai do protagonista.


Com esses ótimos personagens, fica fácil o cineasta montar as interações entre o protagonista e eles, posicionando-os de maneira cuidadosa.


Tendo mais tempo, para trabalhar com mais temas, o saldo é positivo. John Cena tem sua melhor performance da carreira, transitando bem entre humor e drama.


Nos fazendo rir, chorar, e porque não refletir, “Pacificador” se mostra um grandíssimo acerto da DC/Warner. Que venha a próxima temporada (já confirmada).



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Arremessando Alto (Netflix) – Crítica

cinepop.com.br Embora tenha sucesso, de público diga se passagem, nas comédias, o ator Adam Sandler já não causa mais surpresa quando aposta em projetos mais dramáticos. Aliás, essas escolhas, geralmente, são acertadas. Ele já trabalhou com diretores do alto gabarito, como Paul Thomas Anderson ( “Embriagado de Amor” ), os Irmãos Safdie ( “Joias Brutas” ), Noah Baumbach ( “Os Meyerowitz” ), Jason Reitman ( “Homens, Mulheres e Filhos” ). Todos esses exemplos, longe da sua produtora, Happy Madison . Apesar da desconfiança, “Arremessando Alto” pode ser a exceção que confirma a regra, de que Sandler “não dá certo” produzindo e atuando, ao mesmo tempo. O filme, recém-lançado, na Netflix, traz um Adam Sandler mais próximo do real, já que o ator é um fã confesso de basquete. “Arremessando Alto” é dirigido por Jeremiah Zagar ( “We The Animals” ), e traz Sandler na pele de Stanley Surgerman, um olheiro do Philadelphia 76ers, tradicional clube da NBA, a principal Liga de Basquete Am

Continência ao Amor (Netflix) – Crítica

tecmundo.com.br “ Continência ao Amor” , sem dúvida, pelo menos, em termos de popularidade, é um dos maiores sucessos da Netflix, no ano. Liderando por semanas, em visualizações, o filme é do gênero romance, e apela para tropes básicos como: um casal formado por opostos, inicialmente precisando fingir um relacionamento, porém desenvolvendo maiores sentimentos. A direção é comandada por Elizabeth Allen Rosenbaum, experiente em produções focadas no público jovem. Aqui, ela, pela primeira vez, tenta trazer uma obra, um pouco, mais dramática, enquanto equilibra uma série de clichês. Embora tenha até êxito nisso, a primeiro momento, os desdobramentos, desse aspecto mais sério, não acompanham a narrativa. Na trama, em si, conhecemos Cassie (Sofia Carson), uma jovem latina e liberal, que encontra Luke (Nicholas Galitzine), um rapaz militar e conservador, que possui uma relação distante com seu pai. No sentido de apresentação de seus personagens, até que o filme funciona. O bás

Ghostbusters: Mais Além (Crítica)

cinepop.com.br Mais do que fantasmas, os cinéfilos tinham medo eram das continuações de “Caça-Fantasmas” (1984), que no filme original era estrelado por Bill Murray, Dan Aykroyd, Harold Ramis e Erine Hudson, com direção de Ivan Retiman.   Depois de tantas decepções, em suas sequências, será que precisaríamos de mais uma? A Sony acreditava que sim, e lançou “Ghostbusters: Mais Além” , que tenta homenagear o original, mas também seguir em frente, como o possível início de novas aventuras.   Na trama da vez, iniciamos com uma mãe viúva e seus dois filhos sendo obrigados a se mudarem, para uma casa isolada, no interior. Localizada na fazenda do avô das crianças, se descobre que o local possui uma ligação com o Universo dos Caças-Fantasmas.   A direção de “Ghostbusters: Mais Além” fica a cargo de Jason Reitman, filho do diretor dos originais, que recebe a incumbência de retomar a franquia do pai. Embora pareça apenas uma escolha pelo parentesco, é importante ressaltar que ele vem de traba