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O terceiro filme da “franquia” Animais Fantásticos é uma melhora, em relação aos antecessores, isso não se pode negar. Aqui, pelo menos, temos um roteiro linear. Porém, ainda que Jude Law esteja bem, como Dumbledore, o filme tem uma aventura, completamente, esquecível.
Dirigido por David Yates, o longa peca ao focar, demasiadamente, na construção da mitologia, ao mesmo tempo em que ignora a importância de uma narrativa impactante, para o espectador. Temos bons efeitos e territórios fantásticos, mas sem uma intenção clara, ou um mero propósito.
Não que isso seja uma novidade para a saga. O problema maior é que depois de três filmes, só temos a mínima construção da relação Dumbledore e Grindelwald (Mads Mikkelsen), sem crescimento. O conflito é armado, mas nunca avança. Temos mais uma vez um cenário bem-posto, porém sem urgência, e que torna o filme, uma grande aventura sem propósito.
“Onde Habitam”, primeiro capítulo da franquia, já tinha explicado todo o contexto e se encerrava com a revelação de Grindelwald e sua promessa de perigo. “Crimes”, longa que o sucedeu, dá maior casca ao vilão, porém não traz o perigo e a ameaça prometida, algo que parecia ficar para esse terceiro. Porém, novamente, o espectador sai da nova aventura, de 2022, tendo a sensação de que a trama empacou, e não avança.
Ainda que o roteiro acerte em, pelo menos, de forma didática, dividir seus núcleos. Newt (Eddie Redmayne) é a figura do espectador e se deixa levar pelo carisma de Dumbledore (Jude Law), mesmo que não se explique o por que devemos acreditar no tal. Assim, no mínimo, mesmo que aos trancos e barrancos, temos um ponto de partida. Porém, depois disso, a execução do desenrolar da trama é péssima.
A eleição, por exemplo, onde Grindelwald sonha vencer, para governar o mundo dos bruxos, não tem muito sentido. Apesar de o vilão apresentar um lado carismático, não há nenhum motivo de conexão, mostrada, que o faz cair nas graças do povo. Sem contar que Mikkelsen, que substitui Johnny Depp, como intérprete de Grindelwald, no novo longa, parece atuar no piloto automático, sem qualquer poder em suas falas (no aspecto de atuação, mesmo).
Ao final, percebemos que o tema principal do filme, a relação entre Dumbledore e Grindelwald, é aonde se localiza os acertos e erros do projeto. Daqui, temos a esperança que o roteiro nos dá, logo no primeiro diálogo entre os dois, de um bom conflito a surgir. Porém, desmorona, quando descobrimos que tudo é uma mera ilusão, já que Yates, em sua direção, não abraça isso, e prefere apostar na aventura sem graça e sem propósito.
Seja dito de passagem, essa definição é perfeita para “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”: Um filme sem graça e sem propósito.
Nota: ⭐⭐ (Ruim)
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