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Tendo como protagonista, um dos heróis mais desconhecidos, até mesmo para os fãs dos quadrinhos da Marvel, “Cavaleiro da Lua” prometia uma produção livre, que pudesse reinventar o personagem. Por um lado, o objetivo, até, que foi concluído, porém o Marvel Studios parece, ainda, não ter pegado o jeito, por completo, de se trabalhar com o formato série.
Assim, como seus antecessores, permanece a sensação de “um grande filme de seis horas”, onde alguns capítulos se arrastam, e sua conclusão é meio apressada. Pelo menos, em quase todos os casos, o carisma de seu elenco eleva a qualidade precária do roteiro.
Aqui, somos apresentados a Steven (Oscar Isaac), um simples funcionário de um museu, que começa a questionar a sua própria realidade, em meio ao confronto de divindades que o assombra. Nesse meio tempo, ele acaba sendo perseguido por Arthur Harrow (Ethan Hawke), seguidor da deusa Ammit.
Além disso, nosso protagonista descobre que sofre com transtorno dissociativo de personalidade, o que faz com que ele tenha uma outra personalidade. Marc, sua outra persona, é um ex-mercenário que aceitou se tornar o avatar do Deus da Lua, Konshu (F. Murray Abraham). A partir disso, ao lado de sua ex-esposa Layla (May Calamawy), ele embarca numa aventura, que remete a “Indiana Jones”, com objetivo que Ammit se liberte das garras de Harrow.
Embora tenha espaço para ação dominar a trama, o “primeiro ato” de “Cavaleiro da Lua” é, demasiadamente, arrastado. Ainda que se entenda a complexidade do personagem, a série se excede na explicação excessiva, transformando, muitas vezes, fantasia em aulas teóricas. Mais especificamente, os três primeiros episódios da série são exemplos de como o showrunner, Jeremy Slater, não acredita na inteligência do seu público, e exagera nos conceitos.
Outro problema de “Cavaleiro da Lua” está na sua principal proposta, onde busca fazer com que o espectador se questione sobre o que é real ou não. Essa foi a parte mais divertida da série, porém ela é esquecida ao longo da trama, muito prejudicada pela quantidade baixa de episódios, para tal desenvolvimento.
Na estética, a minissérie também peca. Os efeitos visuais, vistos aqui, talvez, podem ser considerados os piores do MCU. Algo digno das séries da DC, na CW, onde há um uso precário da tela verde, para a construção de cenários, visivelmente, falsos.
A série só não é uma tragédia completa, pelo seu elenco. Oscar Isaac, que vive o protagonista, imprime bem as duas personas pedidas, criando peculiaridades e personalidades próprias, para cada uma deles. Além dele, May Calamawy também não compromete, com sua Layla, criando uma dinâmica até divertida, em alguns momentos. E Ethan Hawke, como Arthur Harrow, que pode se dizer o maior acerto da produção, ao construir um vilão carismático, mas também assustador. Charmoso, ele consegue incorporar o poder de manipulador de seu personagem.
Porém, retirando-se o esforço, louvável, de seu elenco, “Cavaleiro da Lua” se mostra um projeto com boas ideias, mas que não se encaixou bem no formato escolhido. Intercalando a velocidade da trama, em lenta e rápida, a série diverte, mas também provoca muito tédio aos seus espectadores (especialmente, aqueles não ligados ao mundo dos quadrinhos).
Resta ao fim, apenas torcer para que o Marvel Studios consiga entender o formato, que quer apostar. De preferência, que seja rápido.
Nota: ⭐⭐ (Ruim)
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