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Meio que inevitável um filme que envolva a história de uma amizade entre um humano e um cachorro, não tenha o objetivo de fazer o espectador se emocionar. Seguindo essa esteira, temos “Dog – A Aventura de uma Vida”, estreia de Channing Tatum, mais conhecido como ator, na direção.
Ainda que a princípio siga a estrutura clássica do gênero, o filme aposta num drama mais amplo, indo além da amizade homem e animal. Temos temas circulares interessantes, como a indústria militar até existencialismo humano, puxando também para a procura do propósito da vida.
Claro, que há também a lição clássica do companheirismo. “Dog” tem isso no seu plot, já que acompanhamos Briggs (Tatum), um ex-soldado americano, em sua missão de levar Lulu, uma pastora alemã, ao funeral de seu antigo guia. Vale a pena ressaltar que Briggs está retomando a atividade militar, após ter sido afastado, em virtude de uma lesão cerebral. Isso se completa, em termos de jornada, com o desafio de Lulu enfrentar o trauma da perda do dono.
Assim, fica fácil antever o que acontecerá. Temos um road movie, que atravessa o estado do Oregon, criando uma relação crescente de afeto, entre ambos.
Embora a trama seja simples, “Dog” ousa em alguns elementos técnicos. Aqui, não temos o clássico uso dos takes longos, para focar na cara do animal emotivo. Na realidade, o cachorro, aqui, é bem frio, e vai ganhando uma jornada de transformação, assim como o protagonista humano. Sai o choro clássico, e se aposta em outros sentimentos, como o estresse e a inquietação, algo que, de forma positiva, testa a paciência do espectador com o animal.
Do lado humano, é de elogiar a atuação de Tatum. Apesar de o título focar mais no “Dog”, o filme não se restringe a pastora alemã. Há um espaço próprio para o desenvolvimento da jornada do ex-soldado, que sofre com suas convulsões, em meio ao desejo de voltar ao exército.
No fim das contas, “Dog – A Aventura de uma Vida” consegue o êxito, de se distanciar do convencional do gênero. Aqui, temos mais do que um “filme de cachorro”, também há espaço para a evolução de personagem, sem o dramalhão característico desse tipo de história. E não há nada de errado nesse tipo de abordagem, só que a fuga do óbvio tem que ser ressaltada, como um grande acerto, deste título.
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