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Pai Nosso? (Netflix) – Crítica

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Jasom Blum, mais conhecido por ser dono da Blumhouse Producionts, uma produtora especializada em filmes de terror, assina “Pai Nosso?”, documentário que acaba de ser lançado, na Netflix. Seu envolvimento no projeto, dá um peso maior para aposta.


Pai Nosso?” é dirigido por Lucie Jourdan, muito conhecida por ter trabalhado em outras produções, anteriormente, que envolvem aspectos de denúncia, explicitando erros da justiça americana, que mereciam mais visibilidade.


Aqui, temos um prato cheio para a Netflix, pois seu catálogo vem se habituando a prestar esse tipo de serviço, oferecendo espaço para os discursos de vítimas, em cima de uma estrutura já meio batida, onde temos elementos ficcionais inseridos. Ou seja, temos aqui, mais um docudrama.


A escolha por esse formato, normalmente, tem como principal objetivo dar um aspecto mais didático ao evento documentado, para fácil assimilação do público médio. Porém, seu uso, se não for tomado todos os cuidados, pode transformar todo um material rico em uma narrativa novelesca e cafona. O que, certamente, acontece aqui.


O material, de fato, é rico. Pois, no início, já somos impactados pela força dos depoimentos de vítimas, que se descobrem serem meio-irmãos, entre si, devido terem sido gerados por espermatozoides de um mesmo médico, que inseminou em diversas mulheres, em Indiana, nos EUA.


Mas tudo é isso é jogado, pois o filme, na maior parte do tempo, tem a obsessão de se definir como algo independente e único. Em vez de se focar no simples, apresentando-se no padrão documental, o foco nas dramatizações, representados por personagens reais, tira todo o impacto verdadeiro, que a denúncia merecia.


E ainda que o documentário proporcione viradas interessantes, envolvendo aspectos de “seita urbana”, o formato acaba prendendo o filme numa caixa, não deixando-o explorar esse além.


No fim, “Pai Nosso?” tem elementos ricos, em conteúdo, mas que fica preso na burocracia imposta, pelo estilo escolhido.



Nota: ⭐⭐ (Ruim)

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