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Emergência (Prime Video) – Crítica

latimes.com

Emergência”, novo filme do Amazon Prime Video, já é uma das gratas surpresas, de 2022. Dirigido por Carey Williams (“R#J”) e roteirizado por K.D. Dávila (“Salvation”), o longa parte da história de dois amigos (RJ Cyler e Donald Elise Watkins), que acabam encontrando uma garota desacordada, no dormitório, onde moram.


A premissa ganha teor de aflição, quando esses amigos são negros, e a menina é loira e menor de idade. Além da dupla, um terceiro colega entra na jogada, Carlos (Sebastian Chacon), que é latino. Agora, fica a dúvida: Como chamaremos a polícia ou uma ambulância, para ajudar? Será que acreditarão que o trio é inocente? Ou o racismo velado, estrutural, prevalecerá, nas autoridades?


Interessante, que Wiliiams começa tentando aposta num tom de comédia universitária, semelhante a outros clássicos do gênero, como “Superbad” (2007) e “American Pie” (1999). Isso é o grande acerto da produção, pois ao jogar o espectador na expectativa de uma história boba adolescente, Williams o pega no contrapé, ao iniciar o segundo ato, focando em debater questões sociais/raciais, mudando por completo o tom da história.


E essa transição, provocada pelo roteiro de Dávila, é, perfeitamente, orgânica. O longa vai ganhando novos contornos, e o riso provocado no início, ganha tons desconfortáveis, a cada nova cena.


Apesar da ousadia, o filme não acerta, por completo. O meio da história se perde um pouco, não tendo a mesma força empolgante, vista, principalmente, no início e no fim da história. Final, inclusive, chocante e desesperador.


Ainda sim, “Emergência” é uma baita surpresa no ano, ao assumir a coragem de expandir o gênero da comédia, dando uma configuração mais dramática e de forte discussão. Inesperado e eficaz, são duas grandes valências, que não podem ser minimizadas. Pelo contrário.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

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