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Assassino sem Rastro (Crítica)

cinepop.com.br

Assassino sem Rastro” já começa, desde seu primeiro minuto, a apresentar seus personagens. Conhecemos, nessa ordem, Alex (Liam Neeson), Vicent (Guy Pearce) e Davana Sealman (Monica Belucci). O que não seria nenhum equívoco, de forma estrutural, se não fosse tão desconexo entre si. O filme, desde seu início, manifesta, claramente, seu principal problema, em tela: Unidade.


Alex, nosso protagonista, é um assassino profissional, que se recusa a completar um trabalho, para uma organização criminosa e acaba se tornando um alvo. Ao mesmo tempo, ele está sendo procurado pela FBI, que o tem como principal suspeito de uma série de crimes cometidos, pela cidade.


Quem dera se fosse apenas a falta de conexão, o grande problema, aqui. Além disso, o roteiro de Dario Scardapane não consegue, em momento algum, tornar a jornada, ao mínimo, fluida. Chega-se a metade do filme, e somos apresentados a várias subtramas, mas que não se completemam. O espectador fica tão cansado quanto o assassino veterano, interpretado por Neeson.


A jornada de redenção de Alex é muito longa, para algo, que fica claro, desde o início, de que aconteceria. Sem contar, na infinidade de propostas apresentadas, que precisam da suspensão da descrença para acontecer, na cabeça de quem assiste.


Salva-se a atuação de Neeson, que, ainda sim, constrói algumas camadas ao protagonista, aliviando um pouco a bagunça instalada. Ele, aqui, vive um assassino com Alzheimer, o que logicamente prejudica seu trabalho, e entrega algo além do comum.


Outro aspecto interessante, a se ressaltar, é a ideia da doença exigir ao protagonista de que ele precise fazer anotações no corpo, para não perder o claro entendimento do que se passa. Algo que, divertidamente, referencia ao filme “Amnésia” (2000), que conta com Guy Pearce no papel protagonista.


Mas, no geral, tudo é fraco. Talvez se trata-se apenas de um episódio piloto, para uma série, onde “Assassino sem Rastro” poderia se configurar como uma boa apresentação de plot. Porém, para a estrutura de um longa-metragem, fica bastante a desejar.



Nota: ⭐⭐ (Ruim)

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