Pular para o conteúdo principal

Boa Sorte, Leo Grande (Crítica)

opovo.com.br

Boa Sorte, Leo Grande” começa com Nancy Stokes (Emma Thompson), uma viúva de 55 anos, que decide alugar os serviços de um profissional do sexo. Para isso, ela reserva um quarto de hotel e contrata Leo Grande (Daryl McCormack), para uma noite. Porém, nada sai como planejado, pois Nancy, no momento H, se sente insegura, pois trata-se de uma mulher retraída, por toda a vida.


Com isso, temos estabelecido a premissa de um filme, que se passa, por quase por completo, dentro de um quarto de hotel. Nos trinta minutos iniciais, conhecemos tanto Nancy e Leo, por meio de suas conversas, onde ela se mostra envergonhada, pelos sentimentos de liberdade que está sentindo, e ele por medo de sua mãe descobrir a vida que leva.


A diretora de “Boa Sorte, Leo Grande”, Sophie Hyde, comanda a história, dando liberdade a sua dupla protagonista. À exceção de uma participação, no fim do terceiro ato, só vemos os dois.


Embora Daryl McCormack cumpra bem seu papel, Emma Thompson é a grande estrela do longa. Em uma atuação sublime, ela se liberta de qualquer tabu existente, se despindo por completo, de forma natural. Tudo isso, para reforçar ainda mais a tridimensionalidade da psique da protagonista.


O etarismo é o tema principal da história, e é bem exposto pelo bom roteiro, composto por diálogos de alto nível. O filme lida de forma madura com essa questão, e se vale da excelente química entre Emma e Daryl.


E toda essa sutileza, que faz com que “Boa Sorte, Leo Grande” seja impactante e suave, ao mesmo tempo, graças ao olhar único da direção. Salvo os dez minutos finais, que pecam pelo excesso, o roteiro de Katy Brand é único, formando uma experiência cinematográfica autêntica.



Nota: ⭐⭐⭐⭐ (Ótimo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Esposa (Crítica)

g1.globo.com “A Esposa” é o exemplo clássico de um filme comum, que tem uma história simples e nada edificante, mas que cresce com uma grande atuação, que nesse caso é Glenn Close. Aqui, Close entrega uma personagem magnífica e explosiva, utilizando-se da luta do feminismo, que cresce bastante nos últimos anos. A história do filme foca no casal Joan e Joe Castleman (Close e Jonathan Pryce). Ele é um escritor bem sucedido e aclamado, e ela, aos olhos da sociedade, é apenas a esposa. Entretanto, quando Joe está prestes a ganhar o Nobel de Literatura, a relação chega ao estopim. O longa foca nos momentos chaves da vida do casal, utilizando-se também de flashbacks , para mostrar o porquê da personalidade de cada um dos dois. Vemos como eles se conheceram, onde ele era um professor casado e ela, uma estudante sonhadora. Isso bate em cheio com o pensamento dela atual, de que se arrepende do caminho que trilhou ao lado do marido, como uma mera esposa, largando de vez sua carrei...

007 - Sem Tempo para Morrer (Crítica)

olhardigital.com.br É quase um consenso que para ser um 007 básico, você precisa de um terno preto, gravata borboleta, manusear bem armas, cabelo cortado e um charme próprio. Ainda assim, é possível dar originalidade a cada adaptação. Prova disso está no influenciador Sean Connery, no “sexy” Pierce Brosnan e no emotivo Daniel Craig, que fizeram com que a franquia pendurasse tanto tempo, entre nós. Vendido como a despedida de Craig no papel, “007 – Sem Tempo Para Morrer” começa com um Bond querendo se aposentar. Vivendo na Jamaica, junto de sua amada Madeleine (Léa Seydoux), James precisa voltar a ativa, quando é solicitado por Felix Leiter (Jeffrey Wright), membro da CIA. Leiter precisa que Bond o ajude a combater uma ameaça global, liderada por Lyutsifer Safin (Rami Malek), que está desenvolvendo uma tecnologia que pode destruir a humanidade. Além de Safin, Bond ainda precisa deter a Spectre, organização lá do filme anterior, que permanece na ativa. Aumentando ainda mais ...

Nada de Novo no Front (Netflix) – Crítica

cnnbrasil.com.br Como diria o filósofo francês Jean-Paul Sartre: “Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem” . Partindo dessa visão mais perversa da Guerra, surge “Nada de Novo no Front” , filme alemão épico de guerra da Netflix. Baseado no romance homônimo, de Erich Maria Remarque, o longa foca-se na história de Paul Baumer (Felix Kammerer), um jovem que acaba de chegar no exército alemão. Devoto fervoroso ao sentimento de patriotismo, ele nem imagina o que irá ter que passar, para que sobreviva, durante a Primeira Guerra Mundial. Essa surpresa vem muito pelo fato de estarmos diante da primeira grande guerra. Ou seja, os soldados, até então, não possuía um mínimo de ideia do que enfrentariam pela frente, já que só se ouvia as “glórias”, relatadas por seus superiores. Esse Ultranacionalismo, que é vendido, é posto, no filme, em todo o primeiro ato. Visivelmente em tela, a fotografia é esplêndida, focando no deslumbre de jovens sonhadores, que se veem...