Pular para o conteúdo principal

Dupla Jornada (Netflix) – Crítica

aodisseia.com

Dupla Jornada”, sem dúvida, é um filme que conta com um tipo de abordagem, que, geralmente, agrada o grande público. O novo lançamento da Netflix abraça o gênero vampiresco, sem vergonha de parecer cafona. Isso é bastante louvável, principalmente para produções de médio/baixo orçamento, que, certamente, não conseguiriam grande espaço nas salas de cinema.


Com uma proposta menos comedida, ou seja, sem grandes pretensões, o diretor J.J. Perry já inicia com um plano sequencia, onde nosso protagonista, Bud (Jamie Foxx), um caçador de vampiros, precisa derrotar uma idosa faminta. Sem dúvida, essa primeira cena é a melhor do filme, pois, em poucos minutos, notamos a ótima coreografia de luta, com elegantes movimentos e cortes precisos, que geram a brutalidade pedida.


Outro acerto vai para a nova visão para os vampiros. Ao contrário do clássico romântico, somos apresentados a criaturas rápidas, que se movem como contorcionistas, sem a sensação de peso no próprio corpo. Em seguida, descobrimos que os mesmos são divididos por espécies, onde acabou surgindo uma nova forma, que se sente oprimida e disposta a eliminar a raça humana.


Esse último aspecto citado é a origem do descarrilamento da jornada proposta. A figura vilanesca da história fica por conta de Audrey (Karla Souza), uma corretora de imóveis e chefe de uma quadrilha formada por vampiros revoltados. Também é reforçado o fato da mesma ter origem latina, o que define a maior motivação para a personagem, já que a mesma se sente abandonada pela hierarquia social.


Isso se torna um revés, pois cria-se uma linha onde pode gerar uma errônea interpretação sobre os imigrantes. Nada impede que o espectador, que já tenha visão pré-determinada a xenofobia, veja seu pensamento reforçado, aqui.


Além dessa ampla questão, o filme também peca em outras, menos problemáticas, mas também incomodas. As piadas, por exemplo, se apresentam fora de tom, sendo que algumas são fracas e reforçadas, ao longo da trama.


Dupla Jornada”, assim, se encerra mostrando-se apenas uma ideia interessante, mas que se perde rapidamente.



Nota: ⭐⭐ (Ruim)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Marcas da Maldição (Netflix) – Crítica

cinepop.com.br Mais de vinte anos, após a estreia de “A Bruxa de Blair” (1999), maior sucesso do gênero Terror com câmera na mão, a Netflix traz um novo filme com essa abordagem. O principal chamariz, para o longa dos anos 90, era a inauguração da onda de focar no uso de fitas abandonadas, com imagens de florestas assustador a s, onde habit avam maldições. Tentando retomar essa “ vibe” antiga, o diretor Kevin Ko lança seu “Marcas da Maldição” . O cineasta já é bastante conhecido, pelo talento de proporcionar “bons sustos” e criar uma atmosfera crescente, a partir de suas imagens. Em tela, é apresentado um ciclo, composto por pessoas curiosas, que se aproximam de lugares proibitivos, que acabam gerando situações amedrontadoras, como consequência as mesmas. Aqui, temos um grupo que tenta desmascarar casos sobrenaturais, para seu canal, no Youtube. Porém, eles acabam se envolvendo num ritual real, morrem e sobra apenas uma jovem mãe (Hsuan-yen Tsai), dos integrantes . ...

A Família Addams 2: Pé na Estrada (Crítica)

loucosporfilmes.net Só começar a música, que todos já começam a estalar os dedos. Nesse ritmo, chega, até nós, a sequência da animação de “A Família Addams” (2019), muito pelo sucesso desta primeira produção. Porém, o fator pandemia atrapalhou a MGM e Universal Pictures, na divulgação do longa. Mesmo depois de muita espera, “A Família Addams 2: Pé na Estrada” conseguiu chegar aos cinemas, e, infelizmente, não passa nem perto, em termos de qualidade, de seu antecessor. A aposta da vez foi colocar nossa adorável família viajando, pelos Estados Unidos. Pena, que toda essa tentativa de road movie familiar não tenha nada de memorável. Apesar de bons momentos, se pegos isolados, tudo fica inserido num grande remendo. Ao final da história, fica a sensação de que o trio de roteiristas (Dan Hernandez, Benji Samit e Ben Queen) achou que apenas a força de seus personagens já iria satisfazer o espectador. A principal característica da franquia, sem dúvida, é de colocar seus protag...

Beckett (Netflix) – Crítica

aodisseia.com Um velho artifício para se produzir uma história, que prenda o espectador do início ao fim, é escolher uma trama que envolva paranoia e teorias da conspiração. Nessa “vibe”, a Netflix aposta em “Beckett” , um thriller que promete. Beckett é o nome do protagonista, interpretado por John David Washington ( “Infiltrado na Klan” ), que está de férias com a namorada, April (Alicia Vikander), em Atenas, na Grécia. Durante a hospedagem, em um hotel, eles ficam sabendo de um protesto, que irá ocorrer próximo, e então decidem viajar, de carro, para o interior. Porém, durante o trajeto, o casal sofre um acidente. Beckett perde a esposa e ele acaba vendo um menino ruivo, antes de desacordar. Depois de ser resgatado, Beckett se vê caçado, sem saber o porquê, e precisa lutar para chegar à embaixada americana, em Atenas. A direção de “Beckett” é comandada por Ferdinando Cito Filomarino, e possui dois grandes arcos. O primeiro foca mais nas férias felizes do casal protagoni...